Apple consegue a patente de realidade virtual
Finalmente, a Apple obteve patente sobre um headset (fone) que transforma o iPhone em tela posicionada diante dos olhos, o que despertou especulações de que a companhia pode estar se preparando para concorrer com Oculus Rift, Samsung Gear VR e Google Cardboad no mercado da realidade virtual.
Essa patente obtida para uma “tela com apoio na cabeça”, a ser usada para “acesso a mídia”, se segue à publicação de anúncios de emprego na Apple para engenheiros com experiência no desenvolvimento de aplicativos de realidade virtual.
A patente é o mais recente projeto de desenvolvimento da Apple a ser revelado após as publicações que relataram, no início de fevereiro de 2015, sobre a existência de um laboratório secreto de desenvolvimento da Apple para produtos automotivos – e que no futuro pode resultar no lançamento de um carro elétrico.
A Apple é uma das poucas grandes fabricantes de smartphone que ainda não tinha lançado um produto para o segmento de realidade virtual, que vem atraindo atenção reforçada desde que o Facebook adquiriu a Oculus VR em 2014, por US$ 2 bilhões, mas cujos produtos ainda não granjearam grande adesão de consumidores.
O Google lançou seu headset Cardoard em 2014 e planeja em 2015 lançar uma versão baseada no brinquedo View-Master, da Mattel.
O Samsung Gear VR, que usa o Galaxy Note 4 como tela e foi desenvolvido em parceria com a Oculus, chegou às lojas da rede norte-americana Best Buy em janeiro de 2015.
A LG anunciou, no início de fevereiro de 2015, que distribuiria gratuitamente um visor de realidade virtual para os compradores de seu novo celular G3. Já a Sony está estudando usar a tecnologia em videogames por meio de periférico planejado para o PlayStation 4.
As imagens que acompanham a patente da Apple mostram um iPhone afixado a um headset apoiado sobre nariz e orelhas e que pode ser usado como óculos.
Um sistema muito parecido, também baseado em um smartphone, já está em uso no Samsung Gear VR e no Google Cardboard, mas o pedido de patente da Apple foi apresentado em 2008, muito antes que a Oculus revivesse o interesse pela realidade virtual ao levantar US$ 2,4 milhões em 2012.
Jonathan Ive, vice-presidente de design da Apple, numa entrevista para a revista The New Yorker, descartou a ideia de headsets como Google Glass. Para ele, o rosto era “o lugar errado” para tecnologia de uso cotidiano.
Por outro lado, o analista da empresa Creative Strategies, Ben Bajarin, explicou: “A Apple tem por hábito solicitar muitas patentes que podem ser usadas para melhorar um produto existente, e não necessariamente para criar algo novo. A sua administração sempre está pensando no que virá dentro de 20 ou 30 anos, e não daqui um ano ou dois!”
Engenheiro, mestre em estatística, professor, autor de dezenas de livros, gestor educacional, palestrante e consultor. Editor chefe da Revista Criática.