Calendário Pirelli: a publicação mais cobiçada pelos fotógrafos e modelos
Hedonismo, lascívia e cenários idílicos costumam servir de moldura para lindas mulheres escolhidas comumente do grand monde da moda.
Esse foi o caso da edição do calendário de 2009, quando a Pirelli investiu US$ 2,5 milhões na montagem de uma megaprodução em plena savana africana, constituída por uma equipe de 40 pessoas e oito jornalistas de diversos países do mundo que puderam acompanhar as fotos.
O fotógrafo do calendário de 2009 foi Peter Beard, que recebeu US$ 300 mil para executá-lo. Ele foi convocado pela Pirelli devido às suas habilidades e pela familiaridade com a África, onde tem uma fazenda no Quênia, local em que vive pelo menos metade de um ano!!!
Entre as modelos escolhidas para esse calendário estavam as brasileiras Isabelli Fontana e Emanuela de Paula, que foram fotografadas em cima ou entre enormes elefantes, em situações das mais inusitadas, como, por exemplo, fugindo, mostrando um certo desespero, sempre seminuas…
O Calendário Pirelli de 2013 teve como madrinha a atriz Sophia Loren, que fez sua estreia na edição de 2007, já uma mulher bem madura, dividindo o foco com as exuberantes Naomi Watts, Hilary Swank e Penelope Cruz, todas de gerações mais novas do que ela…
O calendário de 2013, feito pelo fotografo norte-americano Steve McCurry, não eliminou totalmente a exibição da beleza feminina, mas procurou exibir uma certa consciência social nas dezenas de imagens que captou nos becos, favelas e parques do Rio de Janeiro.
Steve McCurry tornou-se conhecido por seus retratos em zonas de guerra, como o Camboja dos anos 1970 e o Afeganistão dos anos 1980. É dele o clique da jovem afegã de burca e hipnotizantes olhos verdes estampada na capa da revista National Geographic de 1985 que rodou o mundo (veja o artigo na Criática nº 8).
Steve McCurry só escolheu para essa edição do calendário modelos que desenvolvessem trabalhos de inclusão social ou tivessem laços com organizações não governamentais (ONGs). E, na contramão da tradição do calendário, deixou-as vestidas dos pés à cabeça!!!
A madrinha Sophia Loren comentou: “Hoje em dia há nudez da mulher em todo lugar. Esse expediente só é válido se for empregado com bom gosto, amor pela mulher que se está fotografando e uma ideia, uma intenção.” Por seu turno, Steve McCurry declarou: “Evitei a nudez, pois isso teria desviado o trabalho de seu ponto central. Pareceu-me que seria mais apropriado apresentar as modelos como alguém (você) as veria, se as encontrasse na rua ou em algum outro local público. Naturalmente, a sensualidade vem à tona tanto quanto se elas estivessem nuas!!!”
De fato, quem teve a oportunidade de folhear o calendário de 2013 verificou que o fotografo alternou ângulos fechados com panoramas em que modelos como Isabelli Fontana e Adriana Lima são um elemento a mais em composições que incluem transeuntes, grafiteiros, bandeirinhas de Santa Teresa, capoeiristas etc.
E parece que tudo isso tem influenciado a execução dos novos calendários, como foi o caso daquele de 2015, elaborado por Anne Leibovitz, que procurou retratar mulheres influentes e não se focar tanto na sua beleza física, no seu capital erótico!!!
Você já viu algumas das fotos do Calendário Pirelli 2016? Não, então segue o link: Calendário Pirelli. Vai valer à pena.
Conteúdo produzido pela redação da revista Criática.