Com problemas financeiros nos seus bancos, China cria uma reputação maior para o Yuan
No final de abril de 2015, o Banco Industrial & Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês), o Banco para a Construção da China (CCB), o Banco Agrícola da China, o Banco da China (sem relação com o seu banco central) e o Banco das Comunicações , ou seja, os maiores bancos chineses, anunciaram um crescimento dos lucros de menos de 2%, sendo que no mesmo período em 2014 a média dos lucros alcançou 10%!!!
Em 2015, a economia da China vai ter o menor crescimento desde 1990, e os seus bancos enfrentam uma maior concorrência por recursos na medida em que o governo desregulamenta o setor financeiro. Assim, o crescimento combinado dos lucros dos cinco maiores bancos do país poderá cair para 4,6% em 2015, o menor em pelo menos 12 anos, segundo estimativas de analistas.
Uma queda do mercado imobiliário e os esforços do governo para conter o sistema bancário paralelo estão tornando mais difícil para o primeiro-ministro Li Keqiang sustentar o ritmo de crescimento da economia. A China relaxou os controles sobre a compra de moradias e injetou pelo menos US$ 200 bilhões de liquidez nos bancos por meio de cortes nas suas reservas, tentando diminuir a desaceleração econômica, mas isso não parece ser suficiente…
Os cinco grandes bancos têm expectativas de que vão ter potenciais perdas com empréstimos ruins, apesar de que eles representam no momento um percentual pequeno (algo como 4%) de crédito total dos bancos. Alguns calotes, inclusive de empresas estatais já começaram a ocorrer.
Mas a notícia boa para a China é que o Fundo Monetário Internacional (FMI) está prestes a declarar que a moeda chinesa, o Yuan, tem, atualmente, um valor justo de mercado, um marco para as iniciativas da China de abrir a sua economia e que pode minar todas as críticas dos Estados Unidos da América (EUA) à política cambial chinesa.
As autoridades chinesas, como parte de uma estratégia mais abrangente para fortalecer o poder global da China, solicitou ao FMI que inclua o yuan na cesta das moedas de elite que compõem as reservas para empréstimos de emergência de fundos, uma decisão que, tudo indica, o FMI vai tomar até o final de 2015.
A China está se tornando cada vez mais importante, o que significa que, em breve, pode ser que a taxa de câmbio e a taxa de juros na China sejam determinadas pelo mercado e o país pare de acumular tantas reservas internacionais!?!?
Bem, quem deseja saber mais sobre os diversos pontos fortes e fracos da China deveria ler os livros A China em Rápida Aceleração, de Bill Dodson, e China versus Ocidente, de Ivan Tselichtchev (ambos da DVS Editora).
No seu livro, Bill Dodson faz um exame estrutural para se entender se a China irá ou não se tornar uma nação inovadora e não apenas imitadora e copiadora. Já no seu livro, Ivan Tselichtchev, numa exposição lúcida e perspicaz, descreve a posição cada vez mais influente que esse enorme país asiático ocupa na aldeia global. Ele apresenta também conclusões honestas e diretas sobre a ascendência da China e o declínio dos países do Ocidente em diversos setores.
Quem estiver interessado em entender melhor os efeitos da globalização deveria obrigatoriamente ler esses dois livros.
Engenheiro, mestre em estatística, professor, autor de dezenas de livros, gestor educacional, palestrante e consultor. Editor chefe da Revista Criática.