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Como é que se consegue chegar a uma invenção?


Quem milita em algum setor da economia criativa (EC) é pressionado constantemente para apresentar invenções. E uma das maneiras para se chegar a uma inovação é através do design thinking

A noção de design como uma “forma de pensar” tem sua origem apontada a partir de 1969, nas ciências, no livro The Science of the Artificial, de Herbert A. Simon e mais especificamente na engenharia, a partir de 1973, com Experiences in Visual Thinking, de Robert McKim.

Por sua vez, em 2007, Rolf Faste, professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos da América (EUA) popularizou o conceito de design thinking como uma forma de ação criativa e ela foi adaptada a administração por David M. Kelley, colega de Faste em Stanford e fundador da empresa de consultoria de design norte-americana IDEO.

Atualmente, é muito grande o interesse em design thinking e design cognitivo. O design thinking deve ser entendido como um conjunto de métodos e processos para abordar problemas relacionados à aquisição de informações, análise de conhecimento e propostas de soluções. Como uma abordagem, é considerado como a capacidade para combinar empatia em um contexto de um problema, de forma a colocar as pessoas no centro do desenvolvimento de um projeto.

Portanto, o design thinking é um método prático-criativo de solução de problemas ou questões com vistas a um resultado futuro. Nesse sentido, é uma forma de pensar baseada ou focada em soluções, com um objetivo inicial, em vez de começar com um determinado problema. Então, concentrando-se no presente e no futuro, os parâmetros do problema e suas soluções são exploradas simultaneamente. O que o diferencia o design thinking do método científico é que este se inicia definindo todos os parâmetros do problema em questão para a definição de um objetivo. Já o design thinking identifica e investiga os aspectos conhecidos como ambíguos, buscando alternativas possíveis que podem até mesmo redefinir o problema inicial.

Apesar de apresentar as mais diversas etapas, de forma alguma o design thinking pode ser pensado de forma linear, em uma sequência de fases. Devido à sua natureza não linear, a configuração das fases de um processo podem ser configuradas de forma a se adequar a um problema ou projeto em questão. Dessa maneira, um processo de design thinking pode ser dividido, mas não sequenciado, em:
Imersão – Dividida em duas partes, – preliminar e em profundidade –, tem-se a imersão quando uma equipe se aproxima de um problema, a partir das mais diversas perspectivas e pontos de vista. A imersão preliminar é quando o problema é entendido, a partir de um enquadramento e de pesquisas, tanto de campo quanto de referências, locais e globais.

A imersão em profundidade inicia-se com um projeto de pesquisa, seguindo de uma exploração do contexto do problema, muitas vezes utilizando técnicas emprestadas da antropologia, como entrevistas, trabalho de campo etc.

A partir dos dados coletados, cria-se um conjunto cartões de insights com reflexões e conclusões geradas durante a fase de imersão, de forma a facilitar a consulta e o manuseio. Dessa forma, é possível criar insumos para a etapa de análise e síntese.

Análise e síntese – Aí se analisam os cartões de insights, para se criar padrões identificáveis, dentro de uma lógica que permita a compreensão do problema em questão. Nessa etapa, várias ferramentas podem ser usadas, como diagramas de afinidade, mapas conceituais, critérios norteadores etc.

Ideação (Ideation) – É a fase onde o perfil de um público-alvo é definido, ou seja, daqueles que serão “servidos” pelas soluções criadas, a partir de ideias inovadoras para um tema do projeto em questão.  Nessa fase, além da equipe multidisciplinar envolvida em todo o projeto, outras pessoas são incluídas como usuárias (público) e profissionais da área em questão, de forma a obter várias perspectivas e um resultado mais rico e diverso. Nessa fase, diversos brainstormings (tempestade de ideias) são realizados, além de sessões de cocriação com o público e profissionais da área, gerando ideias que serão capturadas. Aqui, ideias ousadas são bem-vindas, de forma que se evita qualquer julgamento de valores. Por isso o senso crítico não pode inibir os sujeitos envolvidos, sendo promovido apenas para o debate de ideias.

Aí está um grupo aplicando o design thinking.

Aí está um grupo aplicando o design thinking.

Prototipação ou prototipagem É o momento em que ideias abstratas ganham conteúdo formal e material, de forma a representar a realidade capturada e propiciar a validação de todo o conteúdo apreendido. E apesar de ser apresentado como fase final do processo de design thinking, ela pode permear todo projeto, de maneira a acontecer simultaneamente com a imersão, análise e síntese, e ideação. É nessa fase que as soluções inovadoras devem ser criadas, gerando oportunidades de negócios, no caso de uma empresa.

É importante realçar que design thinking não é um domínio exclusivo dos designers. Todo aquele que lida em algum setor da EC precisa pensar com um designer. Um designer sempre consegue ligar duas perspectivas essenciais para qualquer problema, ou seja, empatia e criatividade.

Ele consegue inventar um futuro que não existe e compreende logo como as pessoas fazem (ou usam) algo no intuito de reimaginar isso!!! Na realidade, para pensar como um designer é preciso adotar nas suas reflexões as seguintes características ou posturas:
Empatia – Os pensadores empáticos são aquelas pessoas que conseguem imaginar o mundo sob múltiplas perspectivas. Os pensadores voltados para o design podem, dessa maneira, imaginar soluções que não são inerentemente desejáveis e atender às necessidades explícitas ou latentes.

Pensamento integrativo – O pensador integrativo confia nos processos casualísticos, mostra a aptidão de enxergar todos os importantes aspectos (mesmo se eles forem conflitantes) de um problema e cria novas soluções para melhorar as opções existentes.

Otimismo – O pensador otimista assume que por mais desafiadoras que sejam as restrições de um problema, existe ao menos uma potencial solução que é melhor que as alternativas existentes.

Experimentalismo – O pensador experimental acredita que inovações significativas não surgem de pequenos avanços. Os pensadores voltados ao design posicionam as questões e analisam as restrições de formas criativas, que derivam de direções totalmente novas.

Colaboração – A crescente complexidade dos produtos e serviços e experiências substituiu o mito de um gênio criativo solitário pela realidade de ser um entusiasmado colaborador interdisciplinar.

Enquanto aprender a ser um bom designer, pode levar alguns anos ou até mais, entretanto, um não designer pode aprender a pensar como um designer aplicar essas aptidões para exercer melhor a liderança e chegar a inovações, em alguns meses.
Reforçando: para se pensar com um designer, uma pessoa deve:
1º) Achar que é designer.
A chave para se pensar como um designer é pensar que você é um designer. É vital acreditar em si, que tem condição de chegar ao design da solução.
2º) Criar uma solução ideal.
Isso significa crer que a situação melhor existe, que você deseja mudar, que pode ser transformada numa situação que está incluída na sua ideia.
3º) Rejeitar o normal e o tedioso.
Designers são pessoas que constantemente rejeitam a rota tradicional e pensam em como se pode fazer algo de outra maneira, independente de quão radical seja essa noção.
4º) Ter ideias, mas muitas ideias.
É fundamental ter muitas ideias e não escolher rapidamente alguma delas. A tendência existente é achar logo uma solução, adaptando-a àquela já existente.
Não se deve fazer isso!!!
Seja indulgente com todas as suas ideias até encontrar a certa!!!
5º) Construir algo.
Pegue as suas ideias e faça algo com cada uma delas. As pessoas reagem melhor às coisas que tocam, do que aquelas que sentem ou imaginam. Assim poderá perceber o que realmente será bem aceito pelas pessoas.
Bem, com tudo isso, ficou claro o quanto é importante o design thinking e você pensar como um designer, não é?.

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