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eve-se entender por ícone a representação visual de um per-
sonagem ou uma cena que se torna objeto de culto. É o caso,
por exemplo, da cena do vento do metrô que levanta a saia de
Marilyn Monroe e mostra a sua calcinha no filme
O Pecado Mora ao
Lado
(1955), de Billy Wilder.
Faleceu, em 11 de janeiro de 2015, numa clínica próxima de
Roma, a atriz sueca Anita Ekberg, que tornou-se um ícone do cine-
ma, apesar de não ser uma estrela tão talentosa, mas muito bela. A
sua atuação em
A Doce Vida
(1960), produzido por Federico Fellini,
entrou para as antologias do cinema.
No papel de Sylvia Rank, uma estrela de Hollywood que visita
a Itália, ela vaga pelas ruas de Roma, à noite, seguida pelo jor-
nalista de celebridades Marcello Rubini, interpretado por Marcello
Mastroiani. Na cena principal, ela entra na Fontana di Trevi para se
refrescar. Apesar do filme ser em preto e branco, foi exuberante ver
Anita toda molhada, com um vestido que valorizava os seus seios
fartos. O sucesso mundial dessa película transformou a persona-
gem em uma versão antecipada da onda de liberdade individual e
revolução sexual que desencadearia na década seguinte a
denomi-
nada contracultura
.
FOI-SE MAIS
UM ÍCONE
DO CINEMA:
MORREU ANITA
EKBERG
Anita Ekberg nasceu em Malmö, em
1931, e em 1950 foi eleita Miss Suécia e
foi para os Estados Unidos da América (EUA)
para participar do concurso
Miss Universo
.
Não venceu, mas pela sua estonteante be-
leza acabou chegando a Hollywood, apesar
de ter participado de muitas produções sem
prestígio. Apareceu em duas comédias com
Jerry Lewis e Dean Martin,
Artistas e Mode-
los
(1955) e
Ou Vai ou Racha
(1956). Mas a
sua explosão no cenário internacional ocor-
reu depois da sua participação em
A Doce
Vida
.
Depois desse sucesso ela passou a
viver na Itália, onde participou da maioria
dos seus filmes 64 filmes. Mas destaque
mesmo só ocorreu, de novo, com Fellini no
episódio
Boccaccio 70,
quando uma mulher
gigantesca (ela) sai de um
outdoor
de pro-
paganda de leite para assombrar com seus
seios um tal de senhor Antonio. A imagem
de Anita Ekberg na fonte ficou para sem-
pre, como aconteceria com Rita Hayworth
em
Gilda
(1946), ou com Ursula Andress
de biquíni em
007 Contra o Satânico Dr. No
(1962).
•
A exuberante Anita Ekberg.
Anita Ekberg
em
Dolce Vita.
CINEMA
8
C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A