Foram as paisagens produzidas sob a
supervisão de seu único professor, Keisuke
Sugano, que se achava de passagem pelo
Brasil, e orientação de amigos pintores liga-
dos ao grupo Seibi (Tomoo Handa e outros,
inclusive o abstracionista Manabu Mabe).
Foi durante essa primeira fase figura-
tiva que fez suas primeiras exposições, a
primeira relevante em 1957, no Museu de
Arte Moderna de São Paulo.”
Em sua trajetória como pintora, escul-
tora e gravadora, vamos destacar de Tomie
Ohtake apenas as mais de 30 esculturas
e painéis – na maior parte, em vermelho
– que, aliás, têm sido vistos por pessoas
que vivem em diversas cidades, desde São
Paulo, onde ela viveu, até Tóquio, para onde
concebeu uma grande forma do símbolo do
infinito instalada desde 2012 no complexo
Mori Building da capital de seu país natal.
Sua produção foi intensa, porém é o
monumental painel de 2009 que ocupa o
hall
interno do auditório Ibirapuera, projeta-
do pelo arquiteto Oscar Niemayer, que foi a
obra pública preferida de Tomie Ohtake.
Na cidade de São Paulo, ele se orgulha-
va também de
As Quatro Estações
, o belo
conjunto de obras com pastilhas vitrificadas
coloridas instalado em 1991 na estação
Consolação do metrô.
A sua primeira realização em espaço público aconteceu em
1984, quando criou um painel pintado para a empena de um pré-
dio da ladeira da memória, no Anhangabaú. Desde então, ruas e
edifícios de São Paulo e de cidades como Brasília, Ribeirão Preto,
Curitiba, Belo Horizonte, Santos etc. receberam suas peças. Por
exemplo, na avenida 23 de Maio em São Paulo, na altura do Centro
Cultural São Paulo, desde 1988, estão quatro delas, cada uma ten-
do o interior projetado em cores diferentes.
É importante destacar a escultura de Tomie Ohtake que esta na
praia de José Menino em Santos. É uma peça de 60 toneladas que
representa o movimento das ondas do mar, tendo sido inaugurada
em 2008 com a presença do príncipe Naruhito do Japão. A es-
cultura se tornou o
símbolo das comemorações do centenário da
imigração japonesa no Brasil
.
Tomie Ohtake assim se descreveu: “Minha obra é ocidental, po-
rém que sofreu grande influência japonesa, reflexo de minha forma-
ção. Esta influência está na procura da síntese: poucos elementos
devem dizer muita coisa. Na poesia
haicui
, por exemplo, fala-se do
mundo em 17 sílabas.”
“Minha obra é
ocidental,
porémque
sofreu grande
influência japonesa
,
reflexo de minha formação. Esta
influência está na procura da síntese:
poucos elementos devem dizer muita
coisa
. Na poesia
haicui
, por exemplo,
fala-se domundo em 17 sílabas.”
Operários instalando a escultura
da artista Tomie Ohtake na orla da
praia de Santos para a celebração do
centenário da imigração japonesa no
Brasil (18/6/2008).
A artista Tomie Ohtake.
ESTADÃO CONTEÚDO/ PATRÍCIA SANTOS
ESTADÃO CONTEÚDO/ CLAYTON DE SOUZA
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