ARTE
E
m 10 de março de 2015, começou,
no Sesc Pompeia, em São Paulo, uma
mostra da artista Marina Abramovic,
considerada o
maior nome da performance
no planeta
. Ela terá, em dois meses, todas
as ferramentas para doutrinar artistas perfor-
máticos e arregimentar um novo contingente
de fãs com o seu famoso
“método Abramo-
vic”
.
Desde os anos 1970, Marina Abramovic
vem revolucionando a linguagem de uma
arte feita ao vivo, em frente ao público, va-
lendo-se – e às vezes quase destruindo – o
próprio corpo. Em quatro décadas de carrei-
ra, ela abandonou o
underground
de ações
viscerais, como aquela em que deixava fa-
cas e revólveres à disposição do público
para que usassem nela, como quisessem.
Dessa forma, ela conquistou o posto de
maior celebridade que a performance já viu,
entrando para um círculo de amizades que
vai de Lady Gaga a Jay Z.
Em sessões abertas ao público, ela en-
sinou, entre outras coisas, como ficar em
si-
lêncio absoluto
, a não morrer de fome em je-
juns que duram dias e a entrar em comunhão
com a natureza, ou seja, suas táticas quase
militares para aprender a estar presente num
AMAIOR
PERFORMER
DOMUNDO:
MARINA
ABRAMOVIC
grau de “consciência mais elevado”.
Explicou Marina Abramovic: “É preciso
entender que o corpo é uma máquina. Por
seu turno, a disciplina é necessária para
executar corretamente as tarefas de uma
performance. É uma questão de conexão
entre mente e corpo para a criação de um
espaço carismático”.
O livro
Quando Marina Abramovic Morrer
,
uma biografia da artista escrita por James
Westcott, conta: “Marina Abramovic sempre
abala o espaço físico com sua presença,
como fez em Nova York há mais de uma dé-
cada, quando morou numa galeria por duas
A maior
performer
do
mundo: Marina Abramovic.
TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
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C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A