ARTE
E
stá cada vez mais evidente que várias deficiências en-
frentadas pelos executivos podem ser superadas com
um aprendizado apoiado pelas
artes cênicas
. Por exem-
plo, o clássico
Hamlet
, de William Shakespeare, foi escrito por
ele na virada do século XVI e expõe conflitos existenciais de
um príncipe dinamarquês, que, ao tentar vingar a morte do
pai, é levado a tomar uma série de decisões perigosas, em
um contexto de disputa entre o seu país e a vizinha Noruega.
Na dúvida entre tomar uma atitude ou permanecer inerte
frente aos acontecimentos, Hamlet, como um
grande estrate-
gista
, usa a sua capacidade de observação para elaborar um
plano de ação. Ainda que a história não tenha um final feliz,
ela apresenta situações e personagens que podem servir de
exemplo e inspiração para os líderes atuais, especialmente no
mundo dos negócios
. Afinal, o dia a dia da vida corporativa,
com seus dilemas, questionamentos e reflexões, poderia ser-
vir de enredo para uma peça de teatro.
Luciele Velluto, no seu artigo
Há algo de novo no reino dos
negócios
(publicado na revista
Isto É Dinheiro
de 18/2/2015),
ressaltou: “As técnicas utilizadas nos palcos auxiliam, e mui-
to, os profissionais que ocupam cargos de chefia a superar
sua timidez, aprimorar a sua oratória e a sua comunicação,
desenvolver qualidades de trabalho de equipe, bem como for-
talecer os seus elos com seus liderados.
Abandonar o papel de chefe carrasco, transformando-se
em um líder inspirador, tem-se tornado uma exigência cada
vez maior do mercado, dadas as mudanças de paradigmas
trazidas pelas novas gerações, que querem enxergar um sen-
tido para o trabalho que vai além de acharem adequada a sua
remuneração.
A interação e colaboração entre as personagens é uma
das lições mais enriquecedoras da dramaturgia. Ninguém faz
nada sozinho. Hamlet só é esse personagem marcante há
séculos porque contracena com outros, tão importantes, na
peça.
De fato, o teatro ajuda a pessoa a ser mais clara e obje-
tiva na forma de se expressar, principalmente nas reuniões.
Facilita também desenvolver um bom trabalho em equipe e o
indivíduo torna-se mais extrovertido. Vivemos momentos difí-
ceis e como diria Hamlet, há
algo de podre no reino do Brasil
,
mas o teatro pode ajudar os líderes empresariais a superar as
tragédias na nossa economia.”
semanas, fazendo tudo à vista do público
num apartamento cenográfico. Foi algo mag-
nético. Era como ver um bicho no zoológico,
só que com mais empatia.”
Sem dúvida, Marina Abramovic já atraiu
muita gente para a sua mostra e suas ativi-
dades. Agora ela prepara também um filme
em que interpretará uma cantora lírica as-
sassinada sete vezes de formas distintas.
Comentou Marina Abramovic: “Alguns
vão me criticar dizendo que quero ser estre-
la de Hollywood, mas só quero deixar tudo
ensaiado para o meu funeral. A morte é o
último grande ato de um artista.” Em outra
ocasião, ela destacou: “Vivemos num esta-
do de sonho, ignorando os outros. Nunca
olhamos ninguém nos olhos de verdade.
Procurei derrubar essas barreiras. Se você
olhar nos olhos de alguém, terá respostas a
todas as suas perguntas!”
“Alguns vãome criticar
dizendo que quero ser
estrela de Hollywood,
mas só quero deixar tudo
ensaiado para omeu
funeral.
Amorte é o último
grande ato de um artista.”
O
TEATRO
GUARDA
VALIOSAS LIÇÕES AOS
ADMINISTRADORES
DE EMPRESA
Um aspecto da mostra
de Marina Abramovic.
FERNANDO ZAMORA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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