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milhões que o filipino doou para ações so-

ciais em 2014 são o mesmo valor da frota

de carros de Mayweather.

Bem, no que se refere ao combate, ele

foi tudo menos o do “século” ou a “luta de

todos os tempos”. Os juízes, todos norte-

-americanos, deram a vitória a Mayweather

por

unanimidade

! O resultado foi contes-

tado por muita gente presente no combate.

Houve também quem apontasse Pacquiao

como vencedor, porque o filipino ao menos

tentou atacar o norte-americano, que não

fez nada especial no ringue, limitou-se a

esquivar

.

Manny Pacquiao disse: “Acho que fui

o vencedor da luta, porque tentei boxear

mais, dei os melhores golpes e ele nunca

quis entrar na troca de golpes.”

Floyd Mayweather, que está com 38

anos, por sua vez declarou: “Tiro o chapéu

para Pacquiao. É um dos maiores do boxe.

Ele se interessou mais pela luta, mas eu

fiz a luta inteligente. Nasci vencedor e vou

morrer vencedor!!! Não discuto Muhammad

Ali, Rocky Marciano, Sugar Ray Leonard. Ti-

veram sua época e estão na história. Mas

eu sou o melhor da minha época. Em bre-

ve, pretendo abrir mão de todos os meus

cinturões e dar espaço aos mais jovens.

Meu objetivo é quebrar o recorde do lendá-

rio Rocky Marciano, que teve 49 vitórias e

nenhuma derrota na sua carreira. Preciso

assim mais duas vitórias e depois me apo-

sento...”.

O que é incontestável é que ninguém

no mundo consegue ganhar tanto dinheiro

com o esporte como nos EUA, não é?

T

rês décadas depois de en-

veredar, à sua maneira,

pela trilha do livre mercado,

a China ainda não definiu com

clareza em que

tipo de socieda-

de quer se transformar

. Essa

é a impressão que fica após a

leitura de

A Era da Ambição

, do

jornalista norte-americano Evan

Osnos, que viveu em Pequim en-

tre 2005 e 2013.

Sem ser totalmente

comu-

nista

ou

capitalista

, o país se

posiciona numa fronteira pou-

co clara entre os dois regimes

antagônicos por natureza e de-

finição. Numa metáfora muito

conveniente, o autor resumiu essa contradição, salientando:

“Para sobreviver, o Partido Comunista Chinês (PCC) abando-

nou o evangelho, mas se apegou aos santos!!!” Ou seja, em-

bora tenha rejeitado na prática a teoria de Karl Marx, manteve

o retrato do camarada Mao Tsé-tung (1893-1976) em locais

públicos, para ser admirado.

Tal contorcionismo ideológico se manifesta, na vida cotidia-

na, na discrepância entre

realidade

e

retórica

, como o fato

de o maior mercado mundial da Louis Vuitton coexistir com

tentativa de proibição do uso da palavra

“luxo”

em

outdoors

.

A

prosperidade

, combustível da “era da ambição”, tem

como contraponto o

autoritarismo

. Quanto mais os chineses

ascendem economicamente, mais liberdade demandam, so-

bretudo a

liberdade de criticar o governo

!!! E quanto maior

se torna essa pressão popular, maior o esforço do PCC para

contê-la.

Até o momento, as lideranças políticas têm contornado a

situação ao combinar força bruta e propaganda persuasiva. A

incógnita é até quando será possível abafar a voz de dissiden-

tes e descontentes em geral...

A Internet vem se revelando um dos principais ambientes

onde se disputa esse cabo de guerra. Já a partir desse século,

a China ergueu uma muralha virtual que impede os usuários

de acessar reportagens estrangeiras desfavoráveis a políticos

ou denúncias de abusos de direitos humanos. Além disso,

emprega um exército em atividades de propaganda, com

um

funcionário para cada cem cidadãos

.

Você, caro leitor da

Criática

, consegue perceber quantos

chineses têm esse emprego?

COMPORTAMENTO

NÃO DÁ PARA ENTENDER

POR QUE NA

CHINA

SE

VALORIZA

ALGUMAS COISAS

E SE

PROÍBE

OUTRAS...

O jornalista Evan Osnos.

FloydMayweather Jr., apesar de certas contestações,

acabou ganhando do espetacular pugilistaManny Pacquiao.

ESPORTE

N

amadrugadadodia3demaiode2015,

o norte-americano Floyd Mayweather

Jr. e o filipino Manny Pacquiao se

enfrentaram no MGM Grand Garden Arena,

em Las Vegas (EUA), num confronto que

entrou para a história, pois movimentou

US$ 1 bilhão, com a luta sendo transmitida

para 150 países, com a qual se

unificou

os

cinturões dos meio-médios das três asso-

ciações de boxe!

Além disso, muitas celebridades foram

acompanhar a luta, tais como o ex-astro do

basquete Micharel Jordan, os ex-boxeado-

res Mike Tyson e Evander Holyfield, os can-

tores Justin Bieber e Beyoncé, os atores

Denzel Washington e Clint Eastwood entre

outros.

Os dois pugilistas, considerados os

principais astros do boxe no século XXI, es-

tavam disputando o cinturão feito de esme-

raldas e diamantes com um valor estimado

em US$ 1 milhão. Mas esse valor é uma

“ninharia” para um combate cuja bolsa

total foi de US$ 300 milhões, dos quais

US$ 180 milhões foram para o vencedor

A “LUTA DO SÉCULO”:

INFELIZMENTE, NÃO FOI

O QUE SE VIU...

Floyd Mayweather e US$ 120 milhões para

Manny Pacquiao, que contestou muito a

sua derrota.

Pois é, Floyd Mayweather, que ficou co-

nhecido não apenas por seus golpes, pois

até agora venceu todas as suas 48 lutas,

ou seja, está invicto, também criou uma re-

putação de ser um

incorrigível exibicionis-

ta

. Ele faz questão de mostrar os seus ga-

nhos (por isso o seu apelido de

“Money”

),

tirando fotos ao lado de pilhas de dólares,

exibindo seus carrões e suas joias. Além

disso, vira e mexe também se envolve em

confusões, agredindo namoradas – já foi

parar na prisão por causa disso – e desa-

catando policiais.

Pacquiao, por sua vez, nunca esquece

a sua infância pobre. Vive com a

máxima

discrição possível

– nas Filipinas, é tido

como

herói nacional

pelos feitos nos rin-

gues e pela preocupação social, o que o le-

vou a enveredar pelo mundo da política – e

diz que vive

“apenas com o necessário”

.

Um exemplo da distância que separa o

estilo de vida de ambos é que os US$ 6

O norte-americano Floyd Mayweather

Jr. foi atacado pelo filipino Manny

Pacquiao (à direita) durante todo

o combate e mesmo assim não

conseguiu ser declarado vencedor.

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C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

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