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GAMIFICAÇÃO

U

sados como ferramenta de apren-

dizado no ambiente de trabalho, os

games

estão se tornando um tópico

cada vez mais sério pelos bons resultados

que geram para os “jogadores”. É por isso

que está se tornando cada vez mais comum

a adoção de jogos virtuais em práticas de

recrutamento

,

seleção

e

treinamento

de

profissionais.

As empresas estão notando que o pro-

cesso “gamificado” é mais eficaz que o

tradicional. Assim, hoje existem jogos para

todas as etapas desses processos, ou seja,

eles vão desde a aplicação de testes em

que o candidato precisa simular tomadas

de decisão para verificar o alinhamento de

seus valores com os da organização, até fa-

ses em que os finalistas que disputam um

cargo na empresa jogam enquanto são ob-

servados pelos diretores da mesma.

Agora, projetos para a integração de no-

vos colaboradores, avaliação de competên-

cias e treinamento da força de vendas das

companhias são desenvolvidas com a ajuda

de centenas de

games

por diversas agên-

cias de

gamificação

que atuam no Brasil.

As empresas brasileiras que criam

games

corporativos vivem num ambiente de carên-

cia de

designers

para esses jogos, e como

existem poucos cursos específicos para

a formação desses profissionais,

elas próprias acabam investin-

do internamente do treinamento

deles.

Para desenvolver bem um

game

corporativo é vital o envol-

vimento dos funcionários da em-

presa na qual ele será usado,

para que se possa simular de

fato o seu mundo de negócios.

Existem especialistas que acreditam que não compensa a pro-

dução de jogos corporativos no Brasil, pois isso custa bastante,

envolve pessoas multitarefas e plataformas de tecnologia da in-

formação (TI) da última geração. Nesse sentido, fica mais barato

para uma empresa pagar licença por um

game

e adaptá-lo para as

condições nacionais.

Bem, um fato é indiscutível: para contratar ou treinar melhor os

jovens da geração do milênio, ou seja, aqueles que nasceram de

1985 para frente, uma boa estratégia do setor de recursos huma-

nos é valer-se dos jogos corporativos.

SUGESTÃO DE LEITURA:

Para se aprofundar no tema e aprender

mais sobre a utilização de recursos dos

games

para experiências como as des-

critas acima, conheça o livro

Gamifica-

tion

(DVS Editora), de Flora Lopes.

JOGOS VIRTUAIS

SÃO

CADA VEZMAIS USADOS

EM

TREINAMENTO

CORPORATIVO

GESTÃO

P

ara muitos, as traduções diretas de

coaching

,

conselling

e

mentoring

po-

deriam ser respectivamente

treina-

mento

,

aconselhamento

e

mentoramen-

to

(sim, essa palavra existe!). Entretanto,

como usar termos em inglês tornou-se uma

grande moda (impressiona bastante, não

é?), ou porque a tradução não consegue de-

finir claramente o conceito original, convém

inicialmente aceitar que as três palavras

referem-se ao

desenvolvimento profissio-

nal de um aprendiz

(ou se alguém preferir

do discípulo, do subordinado ou do “gafa-

nhoto”, dependendo da situação).

De qualquer forma, o que se deve querer

também saber é:

por que essas três pala-

vras são importantes

?

Inicialmente, porque as altas adminis-

trações das empresas estão preocupadas

em preparar da melhor forma possível seus

futuros gestores. Em segundo lugar, é que

há cada vez mais gente, independentemen-

te da idade, se sentindo meio sem rumo

no mercado de trabalho. Dessa maneira,

um profissional experiente é escolhido ou

contratado – para orientar, tirar dúvidas e

compartilhar todo o conhecimento que acu-

mulou.

A diferença mais elementar entre as três

atividades está no fator

“dedicação”

. Um

mentor fica à disposição de seu aprendiz

em tempo integral. Um

coach

trabalha bem

menos. Faz um par de reuniões por semana.

E um conselheiro não tem hora marcada.

Ele entra em ação quando surge a necessi-

dade de um aconselhamento.

O mentor veio de um nome próprio. É um

personagem da

Odisseia,

escrita há 2.600

anos pelo grego Homero. O herói Ulisses,

ao embarcar em sua longa viagem, deixou

a guarda de seus bens, e a segurança de

sua esposa, Penélope, aos cuidados do fiel amigo Mentor. Portanto

Mentor não foi bem um mentor, mas mais um administrador (“cui-

dador”).

Um mentor de verdade foi o filósofo grego Aristóteles, contrata-

do para educar Alexandre, o Grande, quando ele ainda era peque-

no. O trabalho de Aristóteles ficou mais visível não nas batalhas

que Alexandre venceu, mas nas coisas que ele construiu: a maior

biblioteca da Antiguidade e o Farol de Alexandria, uma das sete

maravilhas do mundo.

A origem de

coach

é mais divertida. Na antiga região da Boêmia,

havia uma cidade chamada Koch. Lá, no século XVIII, foi inventada

uma carruagem fechada, que era puxada por dois cavalos e trans-

portava quatro pessoas. Daí veio o termo

coche

(que nos filmes

do “velho oeste” era chamada de diligência). O condutor, evidente-

mente, era o cocheiro. Ou, em inglês,

coach

. Seu trabalho estava

relacionado com cavalos: treiná-los, cuidar deles e dirigi-los com

firmeza e precisão.

No século XIX, meio na brincadeira, os alunos dos colégios bri-

tânicos passaram a chamar seus técnicos de atletismo de

coach

,

provavelmente devido à forma “cavalar” como eram tratados. E o

nome pegou. O

coaching

, hoje, é a humanização do trabalho do

antigo cocheiro.

Então, um mentor procura

educar

e

formar

culturalmente o

aprendiz. Já um

coach

cria as condições para que o aprendiz tome

a

melhor

decisão

. Finalmente o

counsellor

recomenda

.

Um excelente exemplo dessa pessoa é ver o clássico filme

O

Poderoso Chefão

, observando o papel do

consigliere

da família Cor-

leone que explica, sugere e expõe prós e contras, mas

jamais tem

a palavra final

!

VOCÊ SABE

DIFERENCIAR QUEM É

COACH

,

MENTOR

OU

CONSELLOR

?

Ummentor procura

educar

e

formar

culturalmente o

aprendiz. Já um

coach

cria as

condições para que o aprendiz

tome a

melhor decisão

.

Finalmente o

counsellor

recomenda.

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C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

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