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N

icola e Paolo Bulgari, no livro

Roma,

Passion, Jewels

(

Roma, Paixão e Joias

)

escrito por Vincent Meylan revelaram

que eles têm um grande orgulho do passa-

do e do que foi feito pelo seu pai Giorgio,

pelo tio Constantino e pelos avô Sotirios.

Pela primeira vez, os herdeiros Bulgari

desvendam o lado humano do império de

luxo, fundado em 1884, relembrando os

marcos da ascensão da empresa.

Paolo Bulgari que é hoje o

charmain

da

empresa salientou: “Esse livro me propor-

cionou uma oportunidade única para falar

de pedras preciosas, como as vejo, e recon-

tar a história da empresa através delas, as

pessoas extraordinárias que passaram pela

vida da minha família, os milhares de fontes

de inspiração para nossas joias.

O livro na verdade é constituído por duas

entrevistas: com Paolo, na via Condotti, em

Roma, e com Nicola, na Quinta Avenida, em

Nova York.

O império Bulgari foi iniciado pelo ouri-

ves Sotirios, imigrante grego que se radicou

na Itália.

Ele abriu sua primeira loja em Nápoles,

mas foi roubado e partiu para Roma, sem

nenhum dinheiro.

Depois de juntar algumas economias

vendendo artefatos de prata, alugou uma

pequena loja na Via Sistina. Com o suces-

so do negócio, abriu várias outras buti-

ques, entre as quais, uma na Via Condotti.

Depois de visitar Paris em 1908, Giorgio,

filho de Sotirios, inspirado na escola clássi-

ca de joalheria de Paris e com o apoio do

irmão Constantino, passou a trabalhar com

joalheria fina

.

Sotirios morreu em 1932, deixando o

império nas mãos dos dois filhos. As joias

com a assinatura Bulgari, com suas carac-

terísticas gemas coloridas, ganharam pres-

tígio, primeiro na Europa ocidental e depois

nos EUA, Rússia e várias nações asiáticas.

Mas é em Roma que se desenvolveu pra-

ticamente tudo da Bulgari, sendo a cidade a

referência emocional, estética, afetiva etc.

de praticamente todas as grandes criações.

Roma sempre foi o elegante pano de

fundo para festas, encontros, celebrações

com as personalidades mais importantes

da sociedade.

Nos anos 1960, ou seja, na época da

dolce vita

Roma atraiu muitos estrangeiros,

principalmente norte-americanos ricos, e ga-

nhou visibilidade internacional ao oferecer

locações para filmes de Hollywood.

Bulgari floresceu na mesma época, graças

às compras de suas joias por magnatas, her-

deiras, nobres e celebridades hollywoodianas.

Mais especificamente, porém, a butique

da Via Condotti tornou-se o lugar aonde mui-

tos iam mesmo que fosse apenas para se-

rem vistos.

Os irmãos Paolo e Nicola, já no comando

da empresa conquistaram como clientes e

amigos, pessoas como o patrono das artes

conde Vittorio Cini, a

socialite

Dorothy di

Frasso, o diretor Luchino Visconti, o maes-

tro e pianista

sir

Antonio Pappano e muitas

belas mulheres, entre as quais, as atrizes

Sophia Loren e Anna Magnani.

Mas foi de Elizabeth Taylor, o nome mais

associado à Bulgari.

Lembra Paolo Bulgari: “Ela costumava

encontrar-se discretamente com Richard

Burton no pequeno salão (da butique da

Via Condotti), que tinha uma entrada pri-

vativa. Frequentemente, ele lhe comprava

um presente: uma joia com esmeraldas e

diamantes.

Embora muitas celebridades tivessem

dado um grande impulso para a marca Bul-

gari, sem dúvida ela chegou ao grande su-

cesso devido a diversas gerações da famí-

lia que procuraram torná-la cada vez mais

atraente.

A Bulgari foi comprada pela LVMH de Ber-

nard Arnault, em 2011, por US$ 5,2 bilhões.

Mas os irmãos Bulgari continuam em

atividade após a venda do controle da em-

presa à LVMH. Paolo continua sendo um

de-

signer

de joias e Nicola se dedica ao acon-

selhamento sobre assuntos relacionados a

heranças e ao mecenato!

AS JOIAS DA

BULGARI

ARTESANATO

A

pesar de que no dia 12 de julho de 2015, após muitas

discussões dos governos da zona do euro estes terem

decidido liberar €86 bilhões para a Grécia, num progra-

ma de socorro a sua combalida economia, isso não significa

que vai parar a fuga de profissionais talentosos do país que

entre 2010 e 2014 já fez com que pelo menos 350 mil gregos

deixassem a sua terra natal.

Esse sem dúvida é o maior êxodo de pessoas talentosas

de uma economia europeia desde a 2ª Guerra Mundial.

Até o final de 2015, acredita-se que esse número deverá

chegar a 430 mil.

Dessas pessoas que abandonaram a Grécia, cerca de 70%

são jovens entre 20 e 39 anos, consideradas por especialis-

tas como uma geração muito bem preparada, talvez a mais

bem preparada dos últimos

100 anos

.

Naturalmente essa fuga de cérebros e de profissionais ta-

lentosos e especializados vai afetar a produtividade do país, o

fornecimento de bons serviços e finalmente à própria recupe-

ração econômica da nação.

Assim, só para a Alemanha mudaram-se 5 mil médicos.

Outros milhares de profissionais com formação superior

encontraram empregos no Reino Unido, enquanto mais de 10

mil embarcaram para a Austrália, sem qualquer problema em

ter que falar inglês lá, pois já dominavam essa língua.

Para os Estados Unidos da América (EUA), foram mais

de 20 mil.

Eles tiveram que “fugir” do seu país pois nele o desempre-

go entre os jovens beirava os

50%

.

Claro que essa fuga do seu capital humano será uma gran-

de perda na próxima década para a Grécia, até porque são

pessoas que foram educadas com grandes custos – para as

suas famílias e para o poder público – e agora trabalham em

países que não investiram nada na sua formação profissional.

E outro lado assustador é que os filhos das famílias mais

abastadas já nem estudam mais na Grécia – eles eram cerca

de 50 mil em 2015 – mas sim em outros países, nos quais

acreditam que vão conseguir ter um emprego de acordo com a

sua profissão e desfrutar uma boa qualidade de vida.

Se um dia a Grécia tiver uma melhor situação econômica

conseguirá atrair de volta todos esses seus talentos espalha-

dos pelo mundo?

FUGA DOS

PROFISSIONAIS

TALENTOSOS

DA

GRÉCIA

TALENTOS

A partir da esquerda,

Nicola e Paolo Bulgari.

Um anel de ouro com

três elos, da Bulgari.

PASCAL LE SEGRETAIN/GETTY IMAGES

STUDIO ORIZZONTE

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C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

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