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COMPORTAMENTO

E a importância social das cócegas vai

muito além do que se imagina.

Por exemplo: ninguém é capaz de rir das

cócegas que faz em si.

E a melhor parte é que, se homens e

mulheres fazem cócegas um no outro, é

ro-

mance

na certa.

Aliás, no mundo das risadas, a guerra dos

sexos termina quase em

empate técnico

.

Se, por um lado, pesquisas recentes in-

dicam que elas riem

25%

a mais que eles,

por outro, são os homens que conseguem

“extrair” um maior número de risadas das

mulheres.

Vai daí, provavelmente, que se tem um

número bem maior de comediantes do sexo

masculino.

De qualquer modo, vale a máxima que:

“Se você quer ganhar a moça, é preciso

fazê-la rir na sua companhia.”

Pois é, as mulheres procuram mais ho-

mens ”divertidos” e/ou “engraçados”, en-

quanto os homens desejam que elas sejam

bem-humoradas, o que significa também

que riam das suas piadas.

Uma outra constatação é que os

funcionários tendem a rir muito mais das

gracinhas do chefe (até um pouco por puxa-

saquismo...) do que de seus iguais ou

subordinados.

Sendo isso, mais uma prova da tremen-

da função social do riso: você acha muito

mais graça das bobagens ditas por um di-

retor do que da grande piada dita por um

assistente.

O potencial da risada na saúde está co-

meçando a ter cada vez mais interesse por

parte dos especialistas.

É possível que a influência para isso

tenha surgido após o filme

Patch Adams: O

Amor é Contagioso

(1998), estrelado pelo

comediante Robin Williams (que infelizmen-

te se suicidou em 2014), baseado na histó-

ria do médico que usava o humor para tratar

seus pacientes, apregoando a importância

terapêutica de uma sonora gargalhada.

Hoje, já existem médicos que cuidam

dos problemas do coração que dão a se-

guinte receita para evitar problemas cardía-

cos: exercícios físicos regulares, dieta ba-

lanceada com algumas gargalhadas durante

o dia (umas 20 em média).

O

show business

(“negócios com espe-

táculos”) também descobriu uma forma de

tirar proveito máximo da combinação entre

piadas e risos.

Assim aquela risada coletiva que ecoa

nos programas humorísticos de diversos

canais de televisão do mundo inteiro e que

contagia os espectadores, foi

“industria-

lizada”

e a bem da verdade existe desde

setembro de 1950 quando o seriado cômi-

co norte-americano

The Hank McCune Show

da rede NBC inaugurou a prática de inserir

risadas em

playback

de uma claque espe-

cialmente contratada ao final de cada

gag

(piada).

A invenção foi um sucesso instantâneo e

é praticada até os dias de hoje, com muito

mais sofisticação, mesmo tendo sido consi-

derada em 1999, uma das

100 Piores Ideias

do Mundo

, em votação desenvolvida pela re-

vista

Time

.

Mas sem a claque, a risada que você

ouve sobre o que está vendo na tela lhes

pareceria muito menos engraçada, viu?

Até parece piada, mas não é...

Observação importante:

Se você quer

rir leia o livro

Ha!Ha!Ha! – O Bom, Ruim e o

Interessante do Humor

(DVS Editora), escrito

por Victor Mirshawka.

Um livro que certamente lhe

dará um outro ponto de vista

sobre a importãncia do riso.

R

ogerio Fasano, que sem dúvida é uma

grande referência no Brasil pois é

proprietário de restaurantes e hotéis

famosos e além de entender de culinária

deu a sua opinião sobre os

chefs

famosos e

essa “onda” de fazer um grande estardalha-

ço com as listas dos melhores restaurantes

do mundo, num artigo publicado no jornal

Folha de S. Paulo

(12/12/2014) disse: “Te-

nho tido enormes dificuldades para enten-

der diversos textos sobre gastronomia que

têm sido publicados recentemente.

Hoje, muitos

chefs

de cozinha, quando

não estão em

reality shows

, falam mais de

ciência, tecnologia, texturas, desconstrução,

antropologia, do que da

profissão em si

.

Pois é, recentemente, li que um dos

mais renomados

chefs

da Espanha está

desenvolvendo, com cientistas do seu país,

um sistema pelo qual você poderá sentir

pelo telefone os aromas dos pratos que irá

degustar!?!?

Sim, pelo

telefone

!?!?

Mas o que é isso? Sexo virtual?

A cada semana me deparo com algo que

dá a impressão de ser de uma modernidade

desconcertante – e me sinto ou

muito velho

ou

muito burro

. Então me lembro de que

já fiz parte da turma que nunca acreditou,

quando víamos os

Jetsons

na TV, que nos-

sos filhos iriam para a escola com uma mo-

chila voadora – e assim a minha autoestima

volta a níveis seguros.

É muito importante acompanharmos os

avanços da tecnologia, principalmente o

uso desses novos fantásticos fornos.

No entanto, quando vejo nitrogênio líqui-

do sendo usado para cocção, torço o nariz.

Muito provavelmente porque, quando

garoto, tive de tirar algumas verrugas com

aplicações de nitrogênio líquido.

Se queima verrugas, o que fará com es-

tômago, intestinos e rins? A tal ciência já

comprovou que isso, a longo prazo, não nos

fará mal?

O outro absurdo é essa busca impossí-

vel, e não salutar, de querer escolher

‘o me-

lhor restaurante do mundo’

.

Para ser levada mais a sério, essa lista

dos melhores deveria ser

personalista

. Não

tenho dúvidas de que críticos antenados te-

riam como compor um critério sobre quem

são os

chefs

mais instigantes. Aí, tenho cer-

teza de que estaríamos bem representados.

O que é, afinal, ser

‘o melhor restauran-

te do mundo’?

SERÁ QUE EXISTE

O

“MELHOR RESTAURANTE

DOMUNDO”?

GASTRONOMIA

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C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

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