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LEITURA

O

canadense Jer Thorp é um dos mais

versáteis palestrantes que procuram

explicar as formas adequadas para

olhar e aprender a partir do

big data

, o nome

dado ao processo de coleta e análise de

grandes volumes de informação.

Ele trabalhou alguns anos no jornal

The

New York Times

, com a função de

“artista

de dados”

integrando um grupo cujo traba-

lho principal era pensar no futuro do consu-

mo de mídia.

Numa entrevista para o articulista Ca-

milo Rocha, do jornal

O Estado de S. Paulo

(22/6/2015) Jer Thorp disse: “Arte provê um

mecanismo muito bom para olhar

big data

e

poder fazer muitas perguntas sérias, que são

mais difíceis de serem feitas em formatos

tradicionais como gráfico ou tabelas.

A visualização sempre foi uma lingua-

gem empregada para facilitar a compreen-

são. Aliás, no começo do século XX, o recur-

so era usado para analfabetos entenderem

coisas complexas.

Mas a capacidade de compreensão dos

dados é ainda muito baixa entre as pessoas.

Muitas pessoas sequer entendem do

que estamos falando quando nos referimos

a dados, o que dizer sobre tomar

decisões

razoáveis

a partir dos dados.

E isso precisa e pode ser feito agora que

a vida das pessoas está sendo registrada

em uma magnitude inédita com os

smart-

phones

que elas possuem.

Por exemplo, os aplicativos de saúde re-

gistram cada respiração nossa.

Entretanto, toda essa informação, dispo-

nível pela primeira vez, não está acessível para toda a gente, mas

principalmente as grandes corporações, governos e instituições. E

estes agentes não têm necessariamente interesse nos mesmos

problemas que a população. Em suas mãos, os dados acabam ser-

vindo como

instrumento de poder

. Aliás, os governos (ou as corpo-

rações) de posse do

big data

liberam apenas um recorte específico

que é útil apenas para fins políticos (ou de negócios).

Um exemplo típico de uma iniciativa de uso de dados em prol do

interesse comunitário seria o projeto

Mapping Police Violence

, que

compila informações sobre mortes causadas pela polícia norte-

-americana.

Criado pelo movimento We The Protesters (“Nós, os Protestató-

rios”), o

site

traz informações sobre os mortos e um mapa interati-

vo com as ocorrências ao longo dos últimos anos.

Para Jer Thorp, é vital existir uma discussão do uso ético dos

dados, especialmente no setor privado.

Por exemplo, para ele o setor publicitário vem fazendo coisas

com os dados de pessoas sem considerar o aspecto ético dessa

utilização, (um recado indireto a empresas como o Facebook que

vendem informações sobre seus usuários para anunciantes).

Isso acontece porque no setor tecnológico ainda estamos nos

tempos do Velho Oeste dos Estados Unidos da América (EUA), o

que significa que os limites ainda não estão claros...

O

“ARTISTA DOS

DADOS”

JER THORP

ANÁLISE DE DADOS

Um exemplo típico de uma iniciativa

de uso de dados emprol do interesse

comunitário seria o projeto

Mapping

Police Violence

, que compila

informações sobre mortes causadas

pela polícia norte-americana.

O especialista em análise

de dados, Jer Thorp.

N

o dia 18 de abril, comemora-se no Bra-

sil o Dia Nacional do Livro Infantil, por-

que é o dia em que nasceu Monteiro

Lobato, o autor que criou e nos deu de pre-

sente o mundo do

Sítio do Picapau Amarelo

,

com a boneca de pano mais espevitada que

alguém poderia conhecer, a Emília.

Monteiro Lobato sabia que um leitor se

cria desde a tenra infância. E daí para fren-

te, ele nunca mais abandonará seu

amigo

livro

!!!

O empresário e desenhista Mauricio de

Sousa, criador da

Turma da Mônica

explicou:

“Meu caminho até que eu virasse um con-

tador de histórias passou pela leitura dos

livros de Monteiro Lobato.

Meus pais, poetas e sempre valorizando

a leitura, começaram a me alimentar de re-

vistas em quadrinhos pelas quais fui me al-

fabetizando, tanto nas letras como nas cores

e nos traços.

Algum tempo depois não bastavam os

quadrinhos e eu virei um leitor voraz chegan-

do a ler um livro por dia de tanto que a leitura

me atraiu. Hoje sei que esse processo está

ainda em ação para muitas crianças se bem

que algumas coisas mudaram bastante....

O mundo vem se tornando cada dia mais

visual, principalmente graças aos diversos

dispositivos eletrônicos (

smartphones

,

ta-

blets

,

iPads

etc).

Dessa maneira, para que crianças ainda

se interessem pela leitura, é preciso cativá-

-las com uma boa dose de visual. A lingua-

gem dos quadrinhos tem essa mágica.

O gosto de ler sobre o papel se torna uma

experiência inédita e única. O que se impri-

me é mais

nobre

do que as leituras vindas

das nuvens para uma tela digital.

Existem estudos acadêmicos que com-

provam que os alunos que leem histórias em

quadrinhos (HQs) têm melhor desempenho

escolar do que os que se atêm somente ao

livro didático. A concentração dos que leem

HQs é maior pois o envolvimento deles tam-

bém é maior.

Um jovem tem

vários equipamentos

eletrônicos funcionan-

do ao mesmo tempo

ao seu redor, como o

celular, o computador,

o aparelho de som e a

televisão.

Quando se está

lendo, o máximo de

interferência seria

um som. Talvez nem

isso.

Após décadas de

criação de HQs che-

guei a conclusão que

elas são uma são

uma cartilha não ofi-

cial para alfabetizar

milhões de crianças,

criando leitores para

todo o tipo de leitura.

Quando fui con-

vidado para integrar

a Academia Paulista

de Letras, em 2011

– algo inédito no

mundo por se tratar

de um autor de HQs

–, percebi que a base dos autores de HQs

sempre foi a literatura e que a literatura tam-

bém bebe nas criações dos quadrinhos.

Hoje inclusive já existem muitas adapta-

ções de grandes obras literárias através da

arte dos HQs, com o que se consegue esti-

mular os jovens para conhecerem os autores

das mesmas.

Nesses 55 anos de publicações e man-

tendo um grande público cada vez mais exi-

gente, posso garantir que – não por acaso

– HQs é o gênero que sobreviveu desde as

primeiras sequências desenhadas nas ca-

vernas, no início da história da humanidade,

até as mais modernas tecnologias dos dias

de hoje, como uma linguagem atemporal e

definitiva.”

COMO

CRIAR LEITORES

NO SÉCULO XXI

Observação importante – Se você quer

seguir o que disse Mauricio de Sousa,

não deixe de comprar para o seu filho

um excelente livro infantil,

Petty Lee e

seus Amigos

, escrito por Sandro Casarini

e Fabiana Gradela Casarini e ilustrado

por Luiz Perez Lentini, lançado no dia

2/8/2015 pela Catatau Livros Infantis, um

novo selo da DVS Editora.

TEDXVANCOUVER

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C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

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