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2. Perfil e competências essenciais.

Não se pode menosprezar, todavia, que o

avanço tecnológico alcançou o estágio da

chamada computação cognitiva, especial-

mente pelo advento do

Aprendizado de Má-

quina

(

Machine Learning

) ou

Aprendizado

Profundo

(

Deep Learning

).

Os pesquisadores em inteligência artificial

(IA) chegaram ao ponto de desenvolver al-

goritmos capazes de emular o modelo de

aprendizagem humana e, portanto, demons-

trar capacidades e competências antes

tidas como exclusivas do ser humano. Os

famosos exemplos dos supercomputadores

Deep Blue

(que venceu o campeão mundial

de xadrez Garry Kasparov) e

Watson

(que

venceu os dois melhores “jogadores” huma-

nos de

Jeopardy

) demonstram que a capaci-

dade de raciocínio lógico e analítico não é

mais exclusiva de pessoas. Essa é somente

a ponta do

iceberg

no processo de substitui-

ção de pessoas por máquinas e sistemas

em diversas funções, desde a preparação

de um simples café até o diagnóstico de um

tumor por análise de imagens, passando

pela sugestão do que comprar, baseada em

perfil pregresso de compras e pela produ-

ção totalmente automatizada de veículos.

Dessa constatação emerge um princípio

que importa sobremaneira ao profissional

do futuro: é necessário desenvolver, cons-

tantemente,

competências essenciais

, ou

seja, aquelas que ainda não podem ser rea-

lizadas por máquinas, pois isso garantirá

um incrível diferencial na carreira.

Entre os exemplos de competências es-

senciais estão:

bom senso

,

inovação

,

moti-

vação

,

liderança

e

política

.

Enquanto o profissional tiver habilida-

des, atitudes e comportamentos (compe-

tências) que não possam ser substituídos

por uma máquina ou sistema, ele terá um

alicerce sobre o qual construir sua atuação

profissional sustentável.

3. Modelo de trabalho e disponibilidade digital.

Entre os avanços mais marcantes do nosso

mundo, está a

ubiquidade

da Internet e a

possibilidade de comunicação instantânea,

bem como a de organização rápida de mi-

lhares / milhões de pessoas em torno de

tarefas, propósitos e ideias, através de pla-

taformas colaborativas e redes sociais.

Isso significa que qualquer profissional

que almeje espaço no futuro, ou mesmo

agora, precisa aceitar algumas condições:

a)

Os modelos de trabalho e de relação

econômica com empresas e com o mercado

mudaram, pois a disponibilidade tecnológi-

ca faz com que não seja mais necessária a

presença física

para efetuar grande parte

das tarefas, abrindo espaço para o mundo

do

freelancing, employee sharing e talent

sharing.

b)

Como consequência, é necessário que

o profissional do futuro desenvolva uma efi-

ciente

presença digital

, para poder se co-

locar à disposição neste novo ecossistema

de interação profissional.

c)

Em adição à sua presença, ele precisa

estar preparado para atuar de maneira

co-

laborativa

, conectando-se com outros pro-

fissionais e empresas que se disponibilizam

remotamente, pois projetos complexos re-

querem intervenções de inteligência coletiva.

d)

A competição global finalmente é uma

realidade dura e tangível.

e)

A possibilidade trabalhar de forma

empreendedora e baseada num propósito

coerente, também é uma realidade, pois a

busca pela

felicidade

no trabalho é uma

das principais tendências já há alguns anos,

impulsionada pelos jovens.

Os exemplos são muitos. Vale citar a

plataforma

http://www.freelancer.com

, com

mais de 8 milhões de projetos lançados,

mais de 16 milhões de usuários e mais

de 22 mil

freelancers

cadastrados. Nela,

qualquer um pode contratar projetos de pro-

gramação de

softwares

, desenvolvimento

de aplicativos, redação,

design

, legislação,

marketing

, vendas, engenharia, entre ou-

tros, executados por profissionais cadastra-

dos em qualquer parte do globo, com base

no preço ofertado e em sua reputação.

Talvez uma das definições que melhor cap-

ture essas condições seja a de

Novo Poder,

de Jeremy Heimans e Henry Timms: “O novo

poder é a implementação de participação

em massa e coordenação entre pares para

criar mudanças e transformar os resulta-

dos.”

Traduzindo, empresas como Airbnb e

Uber se utilizam desta definição e das con-

dições acima para perturbar de forma irre-

versível o ambiente econômico em que se

inserem. Se a legislação de cada país vai

acomodar o trabalho

freelancer

ou as pla-

taformas colaborativas, é uma medida que

ainda está por se decidir. Mas esse movi-

mento tende a ganhar força.

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