Table of Contents Table of Contents
Previous Page  15 / 48 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 15 / 48 Next Page
Page Background

N

eil Blomkamp, diretor sul-africano, foi

quem dirigiu o filme

Chappie

, uma fic-

ção científica insólita e bem preocu-

pante. Nele, conta-se que em um futuro não

muito distante, na cidade de Johanesburgo,

na África do Sul, o governo encontrou uma

maneira de diminuir a criminalidade e aí, no

lugar de valer-se para esta luta de um bata-

lhão de policiais de carne e osso, o depar-

tamento de polícia incorpora às suas forças

robôs programados para agir sob pressão.

Desprovidos de emoções, nem senti-

mentos e controlados por seres humanos,

os androides transformaram-se numa arma

bem eficaz para executar o vitorioso comba-

te do Estado contra o submundo do crime.

↘↘

Porém, o que ocorreria se um desses ro-

bôs for programado para pensar e agir por

conta própria?

O filme

Chappie

responde a essa questão...

Chappie

é o nome do personagem princi-

pal, um

robô policial

que após sofrer seve-

ros danos em uma operação é descartado

pela empresa que o fabricou. O problema é

que

Chappie

acaba caindo nas mãos de cri-

minosos. O pior é que o engenheiro respon-

sável pela programação dos robôs, Dean

Wilson (interpretado pelo ator britânico Dev

Patel), tem outros planos para o sentinela

robótico e

assim instala nele um programa

que permite a criação de uma consciência

própria ao androide

.

A trama se desenvolve em torno de

Chap-

pie

e mostra todas as fases de seu desenvol-

vimento – desde o “nascimento”, passando

pelo aprendizado básico, até a emancipação.

Um dos pontos centrais em debate na

produção é que o ambiente no qual um in-

divíduo

é criado

tem influência sobre seu

caráter e sua personalidade e como essas

características contribuem para a formação

de um ser humano.

O próprio diretor e roteirista do filme,

Neil Blomkamp, numa entrevista que promo-

via

Chappie

, interrogou: “O que é, afinal, a

alma? Seria ela definida pela ciência? Ou é

algo a mais?”

Foi por isso que no filme Dean Wilson

quer que

Chappie

possa escrever poemas

e pintar quadros. Por outro lado, os crimino-

sos que o sequestraram procuram transfor-

má-lo em uma espécie de gangster

rapper

,

com o mesmo linguajar e atitude do bando

graças a orientação da ladra que o “adota

como filho”, interpretada pela cantora Yolan-

di Visser, do duo de

rap-rave

sul-africano Die

Autwoord. Desse choque entre linhas “didá-

ticas” surgiu um dos robôs mais caracterís-

ticos da ficção científica recente – inocente,

violento, engraçado e existencialista.

O desenvolvimento de

Chappie

como um

ser pensante, autônomo, começa a ser visto

com muita preocupação pelos que assisti-

ram à película, pois o robô se transforma

numa ameaça para a humanidade, já que

o tema de inteligência artificial (IA) divide o

elenco e o diretor da produção. O filme im-

pressiona e os espectadores percebem que

o computadores estão cada vez mais inteli-

gentes, deixando as pessoas bem confusas

sobre quem controla quem!!!

Neil Blomkamp, por seu turno, afirmou:

“Eu não sei se o homem tem a capacidade

de criar uma forma verdadeira de IA, mas se

isso acontecesse, eu não teria medo, porque

acho que faz parte da

evolução

, mesmo que

isso significasse o

fim da raça humana

!?!?”

CHAPPIE:

UMFILMEQUE

ASSUSTABASTANTE

OSSERESHUMANOS

CINEMA

Uma imagem do

filme

Chappie.

15

S E T E M B R O / O U T U B R O 2 0 1 5