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na realidade é uma oficina modesta e ele

um artesão da quinta geração da família

que se especializou em trabalhos com es-

culturas de madeira.

Para fazer uma Pietá de 2 m – uma en-

comenda de São Paulo –, ele precisou tra-

balhar das 7 h às 19 h entalhando o cedro,

tarefa que ele levou cinco meses para termi-

nar. Entretanto, diversos trabalhos de Mar-

cio Julião foram feitos para atender clientes

em outros países como França, México etc.

Comentou Marcio Julião: “Mesmo nas gran-

des esculturas eu trabalho sozinho. Já ten-

tei fazer em equipe, mas aí vira produção

em série e não é disso que gosto!!!”

Na cidade de Tiradentes fica o ateliê de

cutelaria comandado por Wozdyslack Zaca-

rowyskini, ou simplesmente “Russo”, como

todos o chamam, ele que é representante

da nona geração no negócio. Apesar de ain-

da aceitar eventuais encomendas de espa-

das e sabres, produz, principalmente, facas

para o uso

culinário profissional

. Todas elas

levam aço austríaco e possuem

certificado

de garantia eterna

.

Para visitar o ateliê de Wozdyslack Zaca-

rowyskini, que é todo decorado como se fos-

se uma tradicional casa russa, é necessário

marcar hora, e aí o visitante fica sabendo

que ele tem clientes espalhados no mundo

todo, entretanto, a produção é feita em Ti-

radentes.

A cidade tem muitos outros artesãos

que trabalham com barro, que fazem lumi-

nárias, lanternas e arandelas com folhas

de latão e vidro ou ainda especialistas em

reuso da madeira, que possibilita ter novas

mesas, cadeiras, revisteiras etc.

Todos conhecem o distrito de Vitoriano

Veloso, que pertence à cidade de Prados,

por seu apelido: Bichinho!!! Ele fica também

a uns 20 min de carro de Tiradentes. Cada

morador tem uma versão do motivo da alcu-

nha do local. Dizem que em tempos antigos

houve lá uma procissão e uma porca com

seus porquinhos se meteu embaixo do an-

dor, para seguir o dono. E aí as pessoas começaram

a gritar para os bichinhos saírem dali...

O fato é que hoje Bichinho é o lugar ideal para

quem gosta de artesanato. Suas poucas ruas abrigam

uma sucessão de lojinhas com arte de boa qualidade.

A mais famosa é a Oficina de Agosto, do artista plás-

tico paulista Antônio Carlos Bech, o Toti. Instalado em

Bichinho desde 1991, ele produz aí muitos objetos de

decoração – a maioria em madeira – que são vendi-

dos em sua unidade em São Paulo e revendida para

outros Estados, além de países como Estados Unidos

da América (EUA), França e Alemanha.

Esse vilarejo também abriga a loja do artista

plástico Evano José da Silva, um ex-jardineiro que

desde os 15 anos pinta painéis em madeira. Seus

trabalhos, com motivos barrocos e reprodução de

propagandas antigas, são vendidos em vários Esta-

dos do País.

E não se pode esquecer de Josias do Santos,

que desde criança fazia entalhes nos lápis esco-

lares – o que era repreendido pelo seu professor.

Ele chegou a trabalhar como caminhoneiro, mas a

partir de 1992, deixou o volante para se dedicar ao

artesanato abrindo uma oficina na cidade de Lagoa

Dourada, que fica a 30 km de Prados. Desde 2003,

Josias dos Santos dedica-se a fazer objetos de de-

coração com o tema do Divino Espírito Santo. Seus

trabalhos são vendidos em quase todos os Estados

brasileiros.

Vizinho de Josias fica a oficina de Antônio Sebas-

tião Ferreira, o Toninho Artesão, que se especializou

em pássaros, reproduzindo-os em madeira –pratica-

mente todas as espécies que habitam a região.

Contou Toninho Artesão: “Aprendi sozinho a li-

dar com madeira e agora as peças que elaboro têm

compradores não só aqui em Minas Gerais, mas em

diversos Estados brasileiros.”

Bem, se você desejar ter peças incríveis do nos-

so artesanato, aí estão os nomes de algumas cida-

des mineiras que deve visitar, nas quais se pode

hospedar em agradáveis pousadas.

A

pedra-sabão

parece estar

no DNA de praticamente

todos os artesãos de Ouro

Preto que fazem com ela

panelas e vasos.

O artesão das lâminas,

Wozdyslack Nicozaywicth

Zacarowyskini, o “Russo”.

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J A N E I R O / F E V E R E I R O 2 0 1 6