Table of Contents Table of Contents
Previous Page  12 / 44 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 12 / 44 Next Page
Page Background

N

o dia 5 de dezembro de 2015, aos 72

anos, faleceu a notável atriz Marília

Pêra, vítima de uma câncer contra o

qual lutou mais de dois anos...

Ela nasceu em 22 de janeiro de 1943,

no bairro de Rio Comprido, zona norte do

Rio de Janeiro. Artista completa, capaz de

interpretar, cantar e dançar com maestria,

Marília pisou no palco pela primeira vez aos

4 anos, incentivada pela mãe, Dinorah Mar-

zullo, e pelo pai, Manuel Pêra. Foi bailarina

dedicada a coreografias, sapatilhas e

pas-

-des-deux

dos 14 aos 21 anos.

Bem no início de sua carreira como atriz,

ela esteve no mesmo palco de Bibi Ferrei-

ra em 1962, em

Minha Querida Lady

. Em

1963, foi Carmen Miranda em

O Teu Cabelo

Não Nega

, biografia de Lamartine Babo, e

voltou a encarnar a cantora em outras oca-

siões, como no espetáculo

A Pequena Notá-

vel

(1966), dirigido por Ary Fontoura, e

A Tri-

bute to Carmen Miranda

(1975), no Lincoln

Center, em Nova York, dirigido por Nelson

Motta, e na única apresentação de

A Pêra

da Carmem

(1986), no Canecão, no Rio de

Janeiro. Em 1964, ela derrotou Elis Regina

em um teste para o musical

Como Vencer na

Vida sem Fazer Força

.

Ela chegou à TV ainda em 1965, em

Ro-

sinha do Sobrado

, já na TV Globo e depois,

em

A Moreninha

. Em 1967 fez sua primeira

apresentação em um espetáculo musical,

A

Úlcera de Ouro

, de Hélio Bloch. Em 1969,

cativou críticos e públicos como protago-

nista de

Fala Baixo Senão Eu Grit

o, primeira

peça da dramaturga Leilah Assumpção.

No início de sua carreira chegou a ser vis-

ta como comunista. Foi presa durante a apre-

sentação da peça

Roda Viva

, de Chico Buar-

que de Hollanda, em 1968, e teve a casa

invadida pela polícia pouco tempo depois,

quando novamente foi presa. Em 1989, ao

tomar partido por Fernando Collor para a pre-

sidência da República, foi vítima de agresso-

res que apedrejaram a porta do teatro onde

ela se apresentava. Desde então, não mais

se manifestou politicamente!!!

Ela interpretou brilhantemente a figura

mitológica de Coco Channel na peça

Made-

moiselle Chanel

, escrita por Maria Adelaide

Amaral sobre a mulher que, ao ditar novos

rumos da moda feminina, também apontou

uma conduta revolucionária para as mulhe-

res. A própria Marília Pêra comentou: “Para

interpretar personagens tão fortes e maravi-

lhosos, deve-se desenvolver um grande tra-

balho de preparação e concentração.” Aliás,

GRANDE PERDA PARA AS

ARTES COMO FALECIMENTO

DE

MARÍLIA PÊRA

WILTON JUNIOR/ESTADÃO

ARTES CÊNICAS

A excepcional atriz

Marília Pêra.

12

C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A