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as entregas. Foram testados em julho de

2015 e nos próximos cinco anos vão come-

çar a substituir os humanos, principalmente

nas entregas em vilarejos distantes e casas

nas montanhas. Nas cidades, a Suíça ain-

da está elaborando uma regulamentação

para esses veículos aéreos.

Nos EUA, a famosa empresa de comércio

eletrônico Amazon, desde 2013, está testan-

do um sistema que permitirá que um produ-

to seja entregue por um

drone

apenas meia

hora depois de comprado!!! Lá ainda o

drone

depende de normas aéreas para operar.

Por seu turno, o Royal Bank do Canadá

começou a substituir os seus atendentes

de

telemarketing

pelo supercomputador

Watson, da IBM, conhecido por ter vencido

em 2011 no programa

Jeopardy

de pergun-

tas e respostas da TV norte-americana, dois

ex-campeões e que roda algoritmos que são

o mais próximo que se tem de uma tecnolo-

gia que processa informação como se fos-

se um cérebro humano!!! Ele também pode

aprender outras tarefas, como “trabalhar”

em serviços de suporte ao cliente e geren-

ciar a administração de uma faculdade ou a

rotina de um hospital.

Com a Internet, a partir de 2000, a tec-

nologia passou a

destruir empregos em ve-

locidade maior do que é capaz de criá-los

,

como apresentaram os pesquisadores do

MIT (Instituto de Tecnologia de Massachu-

setts) Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee no

seu livro

A Segunda Era das Máquinas,

com

o que tornou-se cada vez mais frequente

encontrar-se profissionais qualificados tra-

balhando como atendentes de lanchonete

ou táxis do aplicativo Uber.

E esse processo de incremento do de-

semprego está sendo acelerado pela rein-

dustrialização dos países ricos, principal-

mente dos EUA, depois de décadas de perda

de fábricas para a China. Pressionadas após

a crise econômica que ocorreu em 2008, a

voltar a produzir em seus países de origem

empresas como as norte-americanas Apple,

General Electric (GE), Ford e Whirlpool etc.

com fábricas quase totalmente

automatiza-

das

. Na Europa, por exemplo, a fábrica da

Philips em Drachten, na Holanda, produz bar-

beadores elétricos com 126 robôs e apenas

algumas dezenas de empregados.

Na China, uma unidade semelhante em-

prega duas mil pessoas. Mas também os

chineses estão mudando, a mão de obra

já não é barata, atrativo que levou fábricas

para o país. Os primeiros robôs industriais

entraram em operação em 2003. E agora já

se tem mais de 50 empresas de porte mé-

dio ou grande com produção totalmente au-

tomatizada. Cada uma emprega dez vezes

menos seres humanos do que uma fábrica

normal.

Um dos críticos mais famosos da cultu-

ra digital, Andrew Keen, afirmou: “É a classe

média que será a principal prejudicada, pois

são os ocupantes dos empregos nos escri-

tórios e diversos profissionais qualificados

que vão quase desaparecer. A classe média

será dizimada e haverá apenas uma nova

elite que será capaz de trabalhar bem com

os computadores, com isso novos empregos

serão criados, mas não serão suficientes...”

Médicos, paramédicos e enfermeiros

estão salvos do desemprego tecnológico.

Cuidadores de idosos – público que cresce

com o envelhecimento da população – e pre-

dutores de conteúdo estão entre os traba-

lhadores do futuro. Da mesma maneira as

tarefas criativas requererão pessoas aptas a

realizá-las, por isso, vai haver uma demanda

em vários setores da

economia criativa

(EC).

Brynjolfsson recomendou: “A nossa edu-

cação precisa urgentemente ser redesenha-

da. Os currículos escolares devem abando-

nar a memorização de fatos e fórmulas e

focar mais em criatividade e comunicação.”

Os especialistas apontam que os trabalha-

dores do futuro serão aqueles que sejam

designers

, arquitetos, desenvolvedores de

softwares

, usuários de impressoras de três

dimensões (3D) e até os professores conti-

nuaram a existir, mas serão mais orientado-

res ou treinadores.

É interessante o exemplo da Alemanha,

o único dos países ricos que não se desin-

dustrializou e que possui, hoje, uma das

indústrias mais automatizadas do mundo.

Lá foi criado em 2012 o projeto Indústria

4.0, uma coalizão entre governo, empresas,

universidades e associações de classe, vi-

sando ter fábricas inteligentes para garantir

a competitividade da indústria alemã, mas

permitindo algum outro tipo de ocupação e

sobrevivência para as pessoas.

Na Alemanha, busca-se mostrar que o

avanço tecnológico também gera soluções

positivas para o emprego. No Brasil não

existe ainda nenhum projeto como o da

Alemanha e o que é pior, não estamos en-

tendendo que o problema do desemprego é

mundial, sendo que nos países mais ricos,

eles estão cada vez mais envolvidos com o

desenvolvimento da EC.

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J A N E I R O / F E V E R E I R O 2 0 1 6