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lo. Para ele,

Taliesin

era a encarnação perfei-

ta de sua “arquitetura orgânica”.

Wright e Mamah vieram ali por três anos

até que o mordomo e caseiro, o índio Julian

Carlton, revoltado por ter sido demitido por

Mamah, matou-a com um machado e um filho

do primeiro casamento dela, além de outras

cinco pessoas, e ainda incendiou

Taliesin

.

Em 1924, Wright conheceria a segunda

mulher mais importante de sua vida, Olgi-

vanna Ivanovna Milanoff Hinzenberg, uma

dançarina nascida no leste europeu. En-

quanto embarcava nessa nova paixão, ele

se separava de mais uma mulher, Miriam

Noel, uma viúva ricaça que tinha caído de

amores por ele. Depois do casamento, Mi-

riam, que inicialmente o chamava de “o se-

nhor dos meus sonhos despertos”, tornou-

-se uma pessoa violenta, instável e viciada

em morfina. Wright rompeu com Miriam —

e aí Olgivanna mudou-se para

Taliesin

. Ela

logo engravidou, dando a ele mais uma filha,

Iovanna Wright.

Olgivanna foi essencial para o sucesso

posterior do arquiteto. Em 1932, aos 65

anos, ele mantinha um ritmo intenso de

trabalho. Na verdade, seu período mais

criativo apenas começara. Seu problema

principal, na época, era

sobreviver

. A cri-

se econômica – a Grande Depressão –,

deflagrada em 1929 devastara os EUA (e

o mundo...), e poucas empresas se mos-

travam dispostas a contratar um arquiteto

famoso pelo seu temperamento irascível e

por sempre estourar o orçamento de seus

projetos. Foi então que Olgivanna sugeriu

que Wright lançasse uma escola, atraindo

jovens estudantes admiradores de sua obra

— gente disposta a pagar US$ 650 ao ano

(muito dinheiro naquela época...) para ficar

junto do grande arquiteto. Nessa escola,

os alunos tinham, além de lições de arqui-

tetura, horas de trabalho braçal no reparo

das construções, palestras esotéricas, pois

Wright e Olgivanna eram discípulos do mís-

tico greco-armênio George Ivanovitch Gurd-

jieff, que tinha um grande sucesso entre a

intelectualidade,

postulando que os seres

humanos passavam a vida alienados de si

próprios... Assim surgiu a Comunidade Ta-

liesin, que teve bastante sucesso e o êxito

continuou com construção de

Fallingwater.

E isso se comprovou quando o rei do cobre

norte-americano Solomon R. Guggenheim

lhe pediu, em 1943, já com 76 anos, para

criar o museu Guggenheim na Quinta Aveni-

da, em Nova York.

Na primavera de 1959, com o Gugge-

nheim quase terminado, Wright estava

supervisionando os detalhes finais da am-

pliação de seu estúdio no Arizona quando

começou a se queixar de dores no estô-

mago. A cirurgia correu bem, mas poucos

dias mais tarde Wright morreu calmamente

enquanto dormia, aos 91 anos. Seus dis-

cípulos colocaram o caixão num caminhão

e dirigiram durante 28 h até o Wisconsin.

Em

Taliesin

, o corpo foi colocado numa car-

roça coberta de flores, como no enterro de

Mamah Cheney, sendo sepultado a apenas

alguns metros dela. Frank Lloyd Wright viveu

de forma heroica e conturbada. Legou ao

mundo uma obra colossal, o testemunho de

um gênio moderno!!!

É importante destacar que todo aquele

que quer ser arquiteto (ou já é...) – um inte-

grante que impulsiona a

economia criativa

(EC)

– deveria

ter ao menos um grande livro

sobre as obras desse fenomenal arquiteto e

uma sugestão é aquele escrito por Thomas

A. Heinz,

The Vision of Frank Lloyd Wright

.

ARQUITETURA

Wright e sua esposa

Olgivanna Ivanovna

Milanoff Hinzenberg

em 1957.

Quem quiser

“enfronhar-se” no

trabalho de Frank

Lloyd Wright,

deve ter ou ao

menos folhear

esse livro.

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C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A