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EDITORIAL

E

ssa é uma questão complexa para a

qual não existe uma resposta enfáti-

ca!!!

O jornalista, crítico, historiador, agitador

cultural e curador Frederico Morais, no seu

livro

Arte É o que Eu e Você Chamamos de

Arte

, publicado em 1998, desabafou:

“De-

pois de exercer durante 40 anos a crítica

da arte, devo dizer que eu também não sei

mais o que é arte!?!?”

Logo na primeira página do seu livro,

Frederico Morais relatou o que disse Mário

de Andrade, em 1938, numa aula inaugural

dos cursos de filosofia e história da arte do

então Instituto das Artes, no Rio de Janeiro:

“Devo confessar preliminarmente que não

sei o que é

belo

e nem sei o que é

arte

.

Todo artista tem que ser ao mesmo tempo

artesão. Artista que não seja bom artesão

não é que não possa ser artista (psicologi-

camente pode), mas não pode fazer obras

dignas deste nome!!! E desde que vá se

tornando verdadeiramente artista, é por-

que concomitantemente está se tornando

artesão. Concluo destacando que a arte é

importantíssima, mas sempre relacionada

ao domínio oficinal, o artesanato é impres-

cindível, não há necessidade do virtuosismo

excessivo e o aparecimento de uma solu-

ção pessoal do artista no fazer uma obra

de arte.”

No seu livro, Frederico Morais apresen-

ta

801 definições

sobre arte e o sistema

da arte, provenientes das reflexões de in-

telectuais que procuram conceituar tanto a

arte antiga como a moderna. Todas essas

definições de arte servem para acentuar a

relatividade de conceitos e princípios esté-

ticos e artísticos mais do que para oferecer

certezas.

Aí vão algumas delas:

↘↘

Piotr Kowalski (1977):

“A arte é um conceito estatístico. Se há

gente suficiente que decide que uma coisa é

arte, então é arte.”

AFINAL DE CONTAS,

O QUE É A ARTE?

“A arte é um

conceito

estatístico

. Se há

gente suficiente que

decide que uma coisa é

arte, então é arte.”

Piotr Kowalski (1977)

O instrutivo livro

de Frederico Morais

sobre arte!!!

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C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A