ARQUITETURA
E
ncravada no norte da Espanha, a cida-
de de Bilbao, a maior cidade do país
basco, com cerca de 1 milhão de habi-
tantes, foi conhecida por ser cinza, poluída,
provinciana, além de ser sede da organiza-
ção terrorista ETA (que encerrou suas ativi-
dades em 20/10/2011), ou seja, jamais foi
um cartão-postal a altura de Madri, Barcelo-
na, Sevilha ou Valência. Mas graças a uma
construção aparentemente bizarra de titâ-
nio (material usado bastante em aviação...)
e pedra calcária, ou seja, o museu Guggen-
heim, ancorado às margens do rio Nervión,
de autoria do arquiteto Frank Gehry, a partir
de 18 de outubro de 1997, tudo começou a
mudar nessa metrópole espanhola.
Depois de desenhá-lo à mão livre, Frank
Gehry valeu-se do
Catia
, um
software
muito
usado na época pela indústria aeroespacial
para conseguir traduzir corretamente o seu
design
de placas côncavas e convexas para
a realidade da engenharia civil.
O resultado foi uma assombrosa compo-
sição de 30 mil placas de titânio e milhares
de painéis envidraçados e lajotas de calcário
recobrindo os 24 mil m
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de área construída.
Na inauguração, Frank Gehry explicou:
“A semelhança do museu com um barco foi
minha resposta ao rio. O outro lado do pré-
dio, mais fragmentado e revestido de pedra,
combina mais com a cidade.”
Esse museu acabou sendo construído
pois o governo basco resolveu bancar toda
a sua conta, num investimento caríssimo
para a época, que levou quatro anos para
ser construído. Além dos US$ 100 milhões
gastos na construção, o contrato entre os
bascos e a Fundação Solomon Guggenheim
estipulou mais um desembolso de US$ 50
milhões para aquisição do acervo, outros
US$ 70 milhões a título de honorários de
consultoria para a instituição e, ainda, ou-
tros US$ 12 milhões para a manutenção do
museu.
COMUMMIRABOLANTE PROJETO DO
ARQUITETO
FRANK GEHRY
,
BILBAO
ENTROUNOMAPA DA CULTURA!!!
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C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A