MUSICAIS NÃO
SOBREVIVEM
SEMA
LEI
ROUANET!?!?
N
o Brasil, já temos diversas pessoas poderosas no
campo do entretenimento e um deles, sem dúvida, é
Fernando Altério. Ele é o presidente da empresa T4F,
que trouxe para o Brasil o musical
Wicked
, uma produção
de R$ 15 milhões captados graças à lei Rouanet e que
estava muito preocupado com a decisão do Tribunal de
Contas da União (TCU) que está agora
negando
a aprova-
ção da lei de incentivos para projetos com “alto potencial
lucrativo” e que “possam atrair investimentos privados”.
O Ministério da Cultura (MinC), por seu turno, não recorreu
dessa nova decisão, sinalizando que está alinhado com o
entendimento do TCU, pelo menos até que seja aprovada
pelo Congresso a
nova lei de incentivos
, com diversos
pontos modificados da Lei Rouanet, chamada Procultura.
Fernando Altério comentou: “Se não tivermos mais a
Lei Rouanet, poderemos ver o fim do mercado de musicais
no País. Infelizmente, o termo levantado pelo TCU – poten-
cial lucrativo –, é muito subjetivo. Segundo dados do pró-
prio MinC, 43 musicais tiveram seus projetos aprovados
e captaram R$ 51 milhões em 2015. Acredito que todos
esses 43 projetos tinham potencial de lucro. Quando se
diz então que eles não devem ter Lei Rouanet, entendo
que todos os musicais caem por terra. E se alguém anali-
sar o
site
do MinC vai ver que, mesmo com renúncia fiscal,
somente 23% de todos os projetos aprovados conseguem
captar o que precisam. Caso no haja renúncia, acho que
não passarão de 5%. Não vejo nenhuma possibilidade de
se substituir os patrocínios vindos da Lei Rouanet por ou-
tros. Seria o fim dessa indústria dos musicais.”
Mas apesar de toda essa celeuma com a possível alte-
ração na forma como o MinC vai apoiar as artes cênicas e
os musicais, Fernando Altério comentou que há uma boa
notícia para o setor dos
shows
: “Em 2016, vai se notar
que o ano foi muito bom para os
shows
internacionais.
Está ocorrendo um efeito colateral da própria crise econô-
mica. Estamos nos beneficiando de um fator específico:
os gastos dos brasileiros no exterior caíram 62% entre
janeiro de 2014 e janeiro de 2015, ou seja, muitas pes-
soas deixaram de fazer viagens para fora do País. E aí o
que se notou: esgotaram todos os ingressos em todos os
lugares onde se apresentaram Coldplay, Rolling Stones e
Maroon Five.”
daços de madeira, dezenas de ferramentas
de variados tamanhos e formatos, tubos
de cola, vidros de verniz e maquinário de
mesa. Ele tentou obstinadamente descobrir
como ‘acertar o agudo’. Fez muitos testes,
mudou bastante o tipo de madeira interna
que dá sustentação ao tampo do violão.
Experimentou diversos reforços com es-
pessura mais finas ou mais grossas. Nes-
se trabalho ele precisou arriscar bastante.
Sete anos depois de ter sido provocado por
Turibio, Sugiyama já era um profissional co-
nhecido cujos instrumentos eram usados
por artistas como Toquinho e João Bosco. E
aí chegou finalmente a hora de passar pela
grande prova. Ele recebeu um telefonema
de Turíbio, que lhe perguntou:
‘Então, supe-
rou o modelo espanhol?’
. Quem respondeu
essa pergunta foi um grupo de avaliadores
em um teste de audição realizado em um
teatro. O violonista Turíbio Santos levou o
seu
Fleta
e o instrumento feito por Sugiya-
ma. Ele enganou o júri, dizendo que ambos
eram da grife espanhola. Primeiro, tocou o
original. Em seguida, o fabricado pelo
luthier
nipo-brasileiro.
O segundo foi eleito o me-
lhor!!!
Sugiyama está acostumado com prazos
longos. Para ele, são necessários pelo me-
nos 15 anos para saber se um violão deu
certo!!! Na realidade, o ideal seria esperar
centenas de anos para que a matéria-prima,
a madeira, atinja o auge. Um bom exemplo
é o pinho sueco, usado para o tampo do
violão, chega ao seu ápice aos 250 anos.
Quando passam 250 anos, essa madeira
fica 25% mais firme que no início da vida.
Essa combinação contribui para uma qua-
lidade melhor do som. Em geral, outras
madeiras usadas na fabricação de violões,
como o cedro americano, o jacarandá e o
mogno, também melhoram com o passar de
centenas de anos. Isso explica por que os
violinos fabricados no século XVIII, como os
Stradivarius
, são tão disputados.”
Em 2016, já com 75 anos, Sugiyama
ainda acredita que pode trabalhar mais uns
dez anos, mas, agora, produzindo menos
que seis violões por ano, talvez uns dois
ou três (cada um vendido por no mínimo 50
mil reais). Com isso, poucos poderão ter um
instrumento fantástico, produzido por esse
luthier
, e aqueles que já possuem um violão
seu, passarão a ter uma relíquia!!!
MÚSICA
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M A R Ç O / A B R I L 2 0 1 6