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ARQUITETURA

N

o dia 28 de maio de 2016 foi inau-

gurada a 15

a

edição da Bienal de Ar-

quitetura de Veneza (que terminou em

27 de novembro) quando ocorreu também

a cerimônia de entrega do prêmio Leão de

Ouro ao arquiteto brasileiro Paulo Mendes

da Rocha, que já foi consagrado com a ou-

torga a ele em 2006 do prêmio Pritzker e

em 2000 com o prêmio Mies van der Rohe.

Recorde-se que ele é o primeiro brasilei-

ro homenageado com o principal prêmio da

Bienal de Veneza, que já foi entregue para

os seguintes arquitetos a partir de:

2000

– Renzo Piano (italiano), Paolo Soleri

(italiano) e Jørn Utson (dinamarquês)

2002

– Toyo Ito (japonês)

2004

– Peter Eisenman (norte-americano)

2006

– Richard Rogers (britânico)

2008

– Frank Gehry (canadense / norte-

-americano)

2010

– Rem Koolhaas (holandês)

2012

– Álvaro Siza (português)

2014

– Phyllis Lambert (canadense)

Sem dúvida merecidamente, Paulo Men-

des da Rocha, aos 88 anos, faz parte agora

desse grupo de elite de arquitetos de nome

mundial.

A recomendação de seu nome foi do ar-

quiteto chileno Alejandro Aravena, curador

da 15ª Bienal de Arquitetura de Veneza, e

seus organizadores explicaram a escolha

do arquiteto brasileiro destacando que: “Ele

tornou-se um modelo para várias gerações

de arquitetos do Brasil e da América Latina.

O atributo mais impressionante de sua

arquitetura é sua atemporalidade.

Muitas décadas depois de construídos,

cada um de seus projetos tem resistido ao

teste do tempo, tanto estilisticamente quan-

to fisicamente. Sua consistência surpreen-

dente talvez seja consequência de sua integridade ideológica e seu

gênio estrutural.

Ele é um desafiador não conformista e, simultaneamente, um

realista apaixonado.

Seus campos de interesse estão além da arquitetura, nos rei-

nos político, social, histórico e técnico.

Entre as grandes obras de Paulo Mendes da Rocha no Brasil,

não se pode deixar de citar o projeto do Museu Brasileiro de Escul-

tura (MuBE) e a reforma do edifício da Pinacoteca do Estado de São

Paulo, obra pela qual recebeu o Mies van der Rohe.

Apesar de ser mais esporádica a sua atuação como

designer

,

também é relevante especialmente pela síntese de elegância e

simplicidade que conseguiu imprimir às suas criações.

Essas virtudes ficaram evidentes, por exemplo, na sua poltrona

Paulistano

, produzida para equipar o ginásio do clube de mesmo

nome, projetado pelo arquiteto em 1957, que, desde 2009, integra

o acervo do MoMA, de Nova York.

O arquiteto Paulo Mendes da Rocha explica: “A minha aproxima-

ção com o universo do

design

, em particular com o

design

de peças

de mobiliário, aconteceu de forma natural, ou seja, como resposta

a necessidades claras, às quais procurei equacionar da melhor for-

ma possível.

As coisas têm de ser desenhadas, quer se trate de um móvel ou

de um copo, e é importante que o desenho final reflita esta questão

inicial.

Quanto mais natural e lógica for a resposta, melhor a qualidade

de

design

.

Sem dúvida, é muito importante no século XXI que as bienais

internacionais de arquitetura que acontecem em várias partes do

mundo se proponham agora a discutir mais as cidades e menos as-

suntos especificamente ligados aos projetos que são de interesse

mais restrito.

Em diferentes ordens e escalas as cidades são assunto de inte-

resse global. Discutir o

‘futuro das cidades’

é, portanto, uma ques-

tão premente e o interesse público pelas ‘bienais de arquitetura’

vai depender desse enfoque.”

ARQUITETO

BRASILEIRO

,

PREMIADO PELA BIENAL

DE ARQUITETURA

DE VENEZA

6

C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

O renomado

arquiteto brasileiro,

Paulo Mendes da Rocha.