Da mesma forma como outras áreas de
aplicação da IoT, a Indústria 4.0 também é ca-
racterizada por diversas tecnologias. As má-
quinas sensorizadas, o uso da IA e a unificação
de dados dos vários sistemas de uma empresa
são elementos imprescindíveis para garantir
o sucesso do modelo. Aliás, a aplicabilidade
é enorme, pois num produto vendido já com
sensores, as empresas conseguem receber in-
formações de como o objeto foi utilizado pelo
cliente e assim definir que condições precisam
ser alteradas para a melhoria do seu funciona-
mento.
O modelo de Indústria 4.0 e o avanço de-
senfreado das tecnologias deverão, em pou-
cos anos, revolucionar todos os setores da
economia, não somente o fabril.
Lamentavelmente, as pesquisas mais re-
centes indicam que 60% das empresas brasi-
leiras ainda não sabem exatamente o que é In-
dústria 4.0. E o que é pior, muitos empresários
acham uma insanidade investir agora em me-
lhorias da produtividade quando se vive uma
crise econômica no Brasil e não estão conse-
guindo escoar os seus produtos com o atual
jeito de trabalhar.
Porém, a expectativa de empresas de con-
sultoria confiáveis é que o ecossistema da IoT,
no Brasil, até 2020, deve movimentar mais de
US$ 16 bilhões, o que, sem dúvida, também
criará muitas dezenas de milhares de empregos
para aqueles que dominarem essa tecnologia.
O jornal
O Estado de S. Paulo
promoveu,
no dia 15 de março de 2017, o evento
Fórum
Estadão: IoT e Infraestrutura
, no qual vários
especialistas deram a sua opinião sobre o im-
pacto dessa tecnologia nos mercados nacio-
nal e global.
Aí vão os “alertas” dados por alguns deles:
↘↘
Celso Motizuqui, gerente geral de ven-
das da Furukawa lembrou: “Até 2050,
80% da população mundial morará em
áreas urbanas. A
gestão de energia
,
portanto, será primordial para o fun-
cionamento das cidades. Para isso, será
necessária a implementação em larga
escala da rede elétrica inteligente, tam-
bém conhecida por
smart grid
. Atual-
mente, são poucas as cidades brasilei-
ras que contam com a tecnologia, que
tem como característica a automação
da rede, a melhoria no controle da dis-
tribuição da energia elétrica e na redu-
ção dos tempos de interrupção e reparo
de falhas. É claro que, além de decidir-
mos como será a implantação dessas
redes inteligentes, é vital não esquecer
de pensar em como torná-las imunes a
ataques de
hackers
.”
↘↘
Já Anderson Dornelas, gerente de pro-
jetos de soluções de energia da Hitachi
Consulting na América Latina, comple-
mentou: “Estimamos que, em alguns
anos, a demanda por energia será se-
Na cidade
inteligente vai ser
possível controlar
melhor muitas
coisas (trânsito,
recolhimento do
lixo, indicação
de espaços para
estacionar veículos,
atendimento de
acidentes etc.)
tudo isso graças a
intensa conexão
proporcionada
pela
IoT.
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