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Na

Japan

House

os

visitantes

ficam

perplexos com

o que está

sendo exibido

nela.

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M A I O / J U N H O 2 0 1 7

mais me empolgou nesse trabalho foi atuar

em parceria com um escritório de alcance

global, como o de Kengo Kuma. Apesar de

ter trabalhado a partir das diretrizes esta-

belecidas por ele, houve muita troca de

ideias sobre a melhor forma de adaptar o

projeto à nossa realidade. Minha bagagem

pessoal foi decisiva, uma vez que, além de

minha descendência, São Paulo, cidade

onde me criei, conta com a maior comuni-

dade nipônica do mundo, vivendo fora do

Japão.”

Dentro desse centro cultural japonês há

um restaurante – comandado por Jun Saka-

moto, um dos principais nomes da gastro-

nomia japonesa – e duas lojas. A primeira

é de Sandra Fukada, que apresenta a tra-

dição do

furoshiki

, uma técnica de embala-

gem com tecidos coloridos. No térreo, está

a Madoh, que disponibiliza produtos de

de-

sign

, bebidas e alimentos importados.

A primeira exposição no local foi

Bambu

– Histórias de um Japão

, que durou pratica-

mente dois meses. Nela os visitantes pude-

ram apreciar 50 peças que exploraram os

diferentes usos do bambu, desde utensílios

domésticos até obras de artistas como Akio

Hizume e Chikuunsai IV Tanabe. O curador

dessa exposição, que também é o diretor

de programação da

Japan House

, Marcello

Duarte, explicou:

“Inicialmente, convém recordar um

pouco o processo para trazer a

Japan Hou-

se

para o Brasil, quando foi necessário tra-

balhar em conjunto com o governo japonês

para identificar as cidades do mundo nas

quais ele gostaria de apresentar uma agen-

da para o mundo ocidental. E isso teria de

funcionar de uma forma diferente: uma

edificação real, gerida por pessoas daqui,

com um ponto de vista do Brasil olhando

para o Japão. Foi um processo de encon-

tro entre aquilo que eu enxergava, ou seja,

da emergência do que estava sendo feito

lá e do que faltava no Brasil. Também foi

importante entender que a missão desse

espaço é

‘ser multidisciplinar’

. Infelizmen-

te, a visão do Brasil sobre o Japão, baseada

na comunidade japonesa que vive em nos-

so País, está desatualizada. Mesmo assim,

para criar a

Japan House

, tivemos de se

encontrar com essa comunidade. Temos

em nosso conselho membros que são nipo-

-brasileiros, porém a nossa meta é a mul-

tidisciplinaridade, atingindo assim os mais

diversos públicos.”