Polêmica sobre o ambiente de trabalho na Amazon
Um artigo elaborado por Jodi Kantor e David Streitfeld para o jornal The New York Times sobre o ambiente de trabalho na Amazon provocou uma reação hilária do seu fundador e presidente Jeff Bezos [foto acima].
Escreveram Kantor e Streitfeld: “Nas manhãs de segunda-feira, os novos recrutas esperam enfileirados a orientação para uma imersão de como é a maneira especial de trabalhar na Amazon.
Inicialmente, a recomendação se já trabalharam em algum outro lugar é que eles abandonem os hábitos medíocres aprendidos anteriormente. Em seguida, vem outro ‘conselho’: quando ‘esbarrarem no muro’ em razão do ritmo de trabalho, só terão uma solução, ‘escalar o muro’!?!?
Para se tornarem os melhores trabalhadores da Amazon, devem se nortear pelo princípio da liderança da organização – são 14 normas inscritas em cartões laminados.
Dias mais tarde, os que tiverem recebido notas mais altas pelo seu desempenho ganham um prêmio virtual, ou seja, a frase de estímulo: ‘Eu sou único’, introduzida na empresa na esperança de derrubar quaisquer tipo de convenções do local de trabalho…
Na Amazon, os funcionários são estimulados a destruir as ideias dos colegas nas reuniões, a trabalhar até tarde e a obedecer aos padrões dos quais a própria empresa se gaba: serem ‘irracionalmente engajados’.
O catálogo dos telefones instrui os colegas a enviar feedback secretos aos chefes dos outros colegas, e este recurso é usado frequentemente para sabotá-los.”
Realmente, a pressão sobre os funcionários da Amazon é muito grande e boa parte deles não resiste, visto que o ambiente de trabalho na empresa de fato é repleto de atritos. Mas um fato interessante é que, segundo os recrutadores, as pessoas que deixam a Amazon são acolhidas de braços abertos em outras companhias por causa da sua ética de trabalho!?!?
Ao tomar conhecimento da reportagem publicada no The New York Times, Jeff Bezos comentou: “Não posso ficar calado ante as práticas chocantemente insensíveis dos autores desse artigo. Solicitei que se algum dos empregados soubesse de casos como os citados na matéria, ele deveria entrar em contato comigo diretamente. Só um louco ficaria numa empresa como a que foi descrita pelo jornal. Espero que vocês não reconheçam o que foi escrito e que se divirtam trabalhando com colegas brilhantes, ajudando a inventar o futuro rindo.”
Claro que poucos (ou até talvez ninguém) vão falar com Jeff Bezos, pois todos sabem dos relatos que correm na organização sobre pessoas que já saíram da sua sala de reuniões cobrindo o rosto com as as mãos, pois estavam chorando, indignados e humilhados após a sua reunião em separado com o Nº 1 da Amazon.
Um fato, porém, não se pode desconhecer, pois em julho de 2015 saiu a pesquisa da revista Forbes atribuindo a Amazon o lugar de maior varejista dos Estados Unidos da América (EUA) com um valor de mercado de US$ 250 bilhões – superando o Walmart e classificando Jeff Bezos como o quinto homem mais rico do planeta!!!
Engenheiro, mestre em estatística, professor, autor de dezenas de livros, gestor educacional, palestrante e consultor. Editor chefe da Revista Criática.