Você sabe diferenciar quem é coach, mentor ou consellor?
Para muitos, as traduções diretas de coaching, conselling e mentoring poderiam ser respectivamente treinamento, aconselhamento e mentoramento (sim, essa palavra existe!). Entretanto, como usar termos em inglês tornou-se uma grande moda (impressiona bastante, não é?), ou porque a tradução não consegue definir claramente o conceito original, convém inicialmente aceitar que as três palavras referem-se ao desenvolvimento profissional de um aprendiz (ou se alguém preferir do discípulo, do subordinado ou do “gafanhoto”, dependendo da situação).
De qualquer forma, o que se deve querer também saber é: por que essas três palavras são importantes?
Inicialmente, porque as altas administrações das empresas estão preocupadas em preparar da melhor forma possível seus futuros gestores. Em segundo lugar, é que há cada vez mais gente, independentemente da idade, se sentindo meio sem rumo no mercado de trabalho. Dessa maneira, um profissional experiente é escolhido ou contratado – para orientar, tirar dúvidas e compartilhar todo o conhecimento que acumulou.
A diferença mais elementar entre as três atividades está no fator “dedicação”. Um mentor fica à disposição de seu aprendiz em tempo integral. Um coach trabalha bem menos. Faz um par de reuniões por semana. E um conselheiro não tem hora marcada. Ele entra em ação quando surge a necessidade de um aconselhamento.
O mentor veio de um nome próprio. É um personagem da Odisseia, escrita há 2.600 anos pelo grego Homero. O herói Ulisses, ao embarcar em sua longa viagem, deixou a guarda de seus bens, e a segurança de sua esposa, Penélope, aos cuidados do fiel amigo Mentor. Portanto Mentor não foi bem um mentor, mas mais um administrador (“cuidador”).
Um mentor de verdade foi o filósofo grego Aristóteles, contratado para educar Alexandre, o Grande, quando ele ainda era pequeno. O trabalho de Aristóteles ficou mais visível não nas batalhas que Alexandre venceu, mas nas coisas que ele construiu: a maior biblioteca da Antiguidade e o Farol de Alexandria, uma das sete maravilhas do mundo.
A origem de coach é mais divertida. Na antiga região da Boêmia, havia uma cidade chamada Koch. Lá, no século XVIII, foi inventada uma carruagem fechada, que era puxada por dois cavalos e transportava quatro pessoas. Daí veio o termo coche (que nos filmes do “velho oeste” era chamada de diligência). O condutor, evidentemente, era o cocheiro. Ou, em inglês, coach. Seu trabalho estava relacionado com cavalos: treiná-los, cuidar deles e dirigi-los com firmeza e precisão.
No século XIX, meio na brincadeira, os alunos dos colégios britânicos passaram a chamar seus técnicos de atletismo de coach, provavelmente devido à forma “cavalar” como eram tratados. E o nome pegou. O coaching, hoje, é a humanização do trabalho do antigo cocheiro.
Então, um mentor procura educar e formar culturalmente o aprendiz. Já um coach cria as condições para que o aprendiz tome a melhor decisão. Finalmente o counsellor só recomenda.
Um excelente exemplo dessa pessoa é ver o clássico filme O Poderoso Chefão, observando o papel do consigliere da família Corleone que explica, sugere e expõe prós e contras, mas jamais tem a palavra final!
Conteúdo produzido pela redação da revista Criática.