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ARTES VISUAIS

10

C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

F

inalmente

Les Miserábles

teve a sua

estreia no teatro Renault para a qual

veio o seu produtor Cameron Mack-

intosh, quando expressou que o elenco

brasileiro desse musical era excelente e

que quatro ou cinco dos seus integrantes

tenham plenas condições para fazer parte

do elenco mundial da produção, desde que

aprendessem a falar fluentemente o inglês.

Numa entrevista para o jornal

O Estado de

S. Paulo

, Cameron Mackintosh disse: “Para

escolher fazer um musical, preciso estar ins-

pirado pelos escritores que fizeram alguma

narrativa. Esse foi o caso de

Les Misérables

,

que é uma história muito triste, apesar de

ser

uma

história de triunfo

. Ela é sobre a so-

brevivência do espírito humano e isso é mais

importante do que felicidade ou tristeza.

Eu não tinha lido o livro de Victor Hugo,

mas quando fiz isso, logo me veio aquela

vontade de transformá-lo em um musical,

usando um jeito especial de contar as coi-

sas ou de expressar as emoções.

Em 2017, completei 50 anos produzin-

do musicais e estou muito surpreso com o

que observo atualmente, ou seja, o

teatro,

agora, está mais vibrante do que nunca!!!

Quando comecei com a apresentação

de

Les Misérables

, a audiência era formada

por pessoas entre 35 e 55 anos.

Agora, a

maior parte está abaixo dos 35 anos!!!

Pois é, os jovens amaram o musical. Eles

estão cansados de trabalhar parados dian-

te de uma tela. Gostam por isso de ouvir

uma música ao vivo.

Porém, tudo que é feito manualmente

é mais caro, seja um musical ou uma bolsa

de mão. Em Londres, onde eu tenho oito

teatros, sou bem rigoroso em garantir que

os ingressos mais caros devem compensar

um bom número dos mais baratos e que

estes sejam em bons lugares.

Agora estou produzindo

Hamlet

em

Londres e, para minha surpresa, ven-

demos os primeiros oito mil lugares em

48 h, tendo feito apenas dois anúncios

no jornal. Isso porque, provavelmente,

os jovens devem ter ouvido as músicas

no Spotify ou outro lugar nas redes e as

amaram.

Sem dúvida, tornei-me um bilionário

e por isso posso dizer com convicção que

pessoas em todos os lugares do mundo

podem entrar na indústria do entreteni-

mento e ter muito sucesso, desde que te-

nham talento.

Aliás, pode-se ter uma excelente car-

reira profissional, inclusive no teatro, em

praticamente todos os países do mundo.

E aí vai um conselho para quem vai

desenvolver algum projeto cênico: essa

pessoa não deve pensar especificamente

no que o público vai gostar, pois isso ge-

ralmente dá errado. Ninguém consegue

adivinhar do que o público vai gostar...

Para mim, sempre o mais importante

foi a história e os personagens e em um

segundo plano vinha a música.”

Caro(a) leitor(a) da

Criática

, já se pro-

gramou para assistir

Les Miserábles

?

AGORA EMSP