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insatisfação” e diante de tantas pessoas

irritadas que viram seus dados divulgados

sem prévia autorização, Mark Zuckerberg

tentou justificar-se e esclarecer de vez a

situação, porém, acabou por complicar-se

ainda mais, ao afirmar: “Infelizmente, os

dados compartilhados publicamente pela

maioria dos quase 2,2 bilhões de usuários

da nossa rede social também foram coleta-

dos indevidamente por terceiros. Faremos

de tudo a partir de agora para que isso nun-

ca mais se repita!!!”

Há quem pense que as

fake news

são

mais compartilhadas que as notícias verda-

deiras, mas o que se pode afirmar é que, da

mesma forma como as legítimas, as notícias

falsas são compartilhadas proporcional-

mente ao seu grau de sensacionalismo!!!

Naturalmente, se existir uma motivação

financeira forte, pode-se ter um mecanis-

mo de divulgação mais agressivo ainda. Em

setembro de 2017, o próprio Facebook deu

uma explicação “parcial” para justificar que

as

fake news

haviam influenciado um pou-

co o resultado das eleições nos EUA com

mensagens enviadas por russos, dizendo

que organizações russas gastaram apenas

US$ 100 mil para comprar 3 mil anúncios

em sua plataforma. O Facebook só deixou

de ressaltar que cerca de 150 milhões de

usuários leram os

posts

gratuitos dos ope-

radores russos!?!?

Vive-se numa época em que não é nada

fácil para as pessoas captarem a diferença

entre as notícias falsas e verdadeiras. As-

sim, caro(a) leitor(a), como você reagiria

frente às seguintes notícias que circulas-

sem nas redes sociais?

1

ª ) Cebolas fatiadas podem evitar

gripes e outras doenças, atraindo

vírus e bactérias!?!?

2

ª) Farinha ajuda a tratar queimadu-

ras!?!?

3

ª) Brasileiros estão comendo ovos

artificiais, importados da China!?!?

4

ª) Importante hospital desenvolveu

uma vacina contra o câncer de pele

e dos rins!?!?

5

ª) Tossir e respirar fundo podem aju-

dar durante um ataque cardíaco!?!?

6

ª) Hospital não aceita córneas por

falta de receptores!?!?

Pois bem, para todas as incríveis men-

sagens citadas há pouco – e que “confun-

diram” muita gente nas redes sociais – a

resposta categórica é: “

Não!!!

” Para conse-

guir identificar se uma notícia é verdadeira

ou falsa, deve-se verificar se há em sua teia

de compartilhamentos um número signi-

ficativo de fontes com credibilidade e/ou

usuários com perfil autêntico, no sentindo

de zelo com relação à veracidade do que

compartilham!!!

Durante a campanha eleitoral, em se-

tembro de 2016, sem dúvida o aplicativo

mais conveniente e utilizado para a divul-

gação de

fake news

foi o WhatsApp, que

oferece uma ótima blindagem jurídica. Não

há ninguém para ser intimado, uma vez

que não se pode atribuir os boatos a uma

pessoa específica. Cientes disso, partidos

políticos, agências de

marketing

eleitoral,

grupos militantes e profissionais contra-

tados unicamente para criticar e difamar

seus adversários fizeram a festa. Toda notí-

cia relevante – como, por exemplo, o aten-

tado a um dos candidatos – seguiu por essa

plataforma.

Bem, voltemos ao que disse o presi-

dente do Conar: “Acho que nossa principal

atuação não deve ser focada em notícias

falsas. Tenho convicções pessoais do se-

guinte: é a boa publicidade que assegura a

boa notícia. Portanto, o nosso foco deverá

ser contra a publicidade

fake

(falsa). O Co-

nar sabe, entretanto, que a transmissão de

mensagens publicitárias pode ser feita hoje

valendo-se de várias formas de comunica-

ção. Para o Conar, todas as formas moder-

nas de nova mídia são veículos de comuni-

cação. Então, todas estão condicionadas a

uma regra que foi estabelecida para todo o

mercado de comunicação. Dessa maneira,

vamos estimular a criação de uma cons-

ciência coletiva em favor da boa forma na

publicidade

on-line

.”

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