Table of Contents Table of Contents
Previous Page  43 / 50 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 43 / 50 Next Page
Page Background

sa, duas guerreiras e algumas nobres muito

influentes. Em comum, todas conseguiram

chegar perto de seus objetivos e sobreviver,

o que, para os parâmetros do seriado, foi

muito relevante. Isso bastou para que mui-

tas feministas já começassem a batizar as

filhas com nomes de personagens. Algumas

outras feministas, entretanto, acham que

na série apenas reafirmou-se as disputas

que existem no mundo real pelo poder entre

mulheres e homens.

Sem dúvida, um mérito da série foi rom-

per com a hegemonia dos homens, como

é o caso de Daenerys Targaryen, que co-

meçou como garotinha indefesa e virou

conquistadora de terras e povos. Mas nela

exagerou-se no uso da nudez feminina, com

o que a série se tornou mais machista que

o próprio livro, explorando o corpo da mulher

como objeto sexual.

Quem se valeu muito de como as mulhe-

res se apresentam no seriado foi a moda,

com diversas grifes exibindo agora nos seus

desfiles a indumentária gótica, com cores

de folhas secas e brilhos aplicados, recrian-

do a estética medieval.

A série de TV guiou, mesmo que de for-

ma não declarada, temporadas como as de

inverno de 2015 da grife Versace e as de

verão de 2014 do norte-americano Marc Ja-

cobs e da marca brasileira Animale. O preto

e vinho definiram a cartela das coleções.

Os seus

looks

têm capuzes, ombros altos

e texturas de pele que remetem a arma-

duras. O italiano Riccardo Tisci colocou na

alta-costura e no

prêt-à-porter

da Givenchy

todos esses símbolos. Deve-se lembrar que

antes dele o britânico Alexander McQueen

(1969-2010) foi um dos pouco a investir

nessa mistura de força bruta e feminilidade,

vista com reticência pelo olimpo da moda

no início dos anos 2000.

Indiscutivelmente, o sucesso do seriado

Game of Thrones

que se passa nessa terra

da fantasia, Westeros inspirou-se no que se-

ria o Reino Unido na Idade Média e isso fez

surgir, em maio de 2016, uma outra série

bem parecida,

O Último Reino

, uma versão

mais realista da Inglaterra no século IX.

A série

O Último Reino

foi produzida pela

BBC, baseada nos romances históricos que

formam as

Crônicas Saxônicas

, de Bernard

Cornwel, tornou-se uma grande aposta do

History Channel para alcançar uma audiên-

cia por meio da ficção, com muitas cenas

de batalhas bem sujas, entretanto, sem a

presença de dragões...

O ator Alexander Dreymon, que interpre-

tou o personagem fictício Uhtred, comentou:

“Tenho muito orgulho de saber que a nossa

série seja comparada a

Game of Thrones

,

entretanto, nela, a maior parte das pessoas

e eventos é histórica, porém os temas têm

a ver com a atualidade, como a busca pela

identidade e as consequências das guerras.

No fim das contas, essas pessoas estavam

atrás das mesmas coisas que nós, tentan-

do ser felizes ou livres.”

Leofric (Adrian Bower,

a esquerda) e Uhtred

(Alexander Dreymon).

43

S E T E M B R O / O U T U B R O 2 0 1 6