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VIDEOGAMES

S

em dúvida, a vida de um empreendedor ini-

ciante não é fácil, pois o seu bolso pode ficar

logo vazio, apesar de ele levar uma vida em

que estar em casa e/ou escritório se confundem e

para estar atento à noite, isso só se consegue com

a ingestão de muito café, o que não é bom para a

saúde. Mas para quem deseja testar essa forma na

vida real, isto é, sentir-se como um fundador de

start-up

, uma boa sugestão é o

game The Founder

,

lançado no final de janeiro de 2017 pelo norte-

-americano Francis Tseng. 

Ele é

gratuito

e pode ser jogado nos navega-

dores Chrome e Firefox. Para isso, basta acessar o

site

thefounder.biz.

O

game

é inspirado em jogos

de simulação e estratégia como

SimCity

e

The Sims

,

porém o

The Founder

tem gráficos simples e é uma

sátira do que ocorre no Vale do Silício. 

O jogo começa com uma narrativa, em 2001,

logo após a explosão da bolha da Internet. No início,

o jogador trabalha na própria casa e precisa escolher

um nome e um cofundador para a empresa. Esse

seu parceiro pode ter qualidades como “incansável”

ou “idiota”, porém com

dinheiro

!!! 

Na sequência, é preciso partir de áreas básicas

como “dispositivos” ou “tecnologia móvel” para

criar produtos. Torna-se possível combinar ideias

esquisitas, como “pessoas famosas” e “logística”, e

avançar empesquisas apoiando-se no

big data

(uma

grande quantidade de dados) ou nos “vestíveis”. 

Para criar os produtos, é preciso recrutar fun-

cionários. Com o intuito de economizar com os sa-

lários, a saída foi apelar para o discurso corporativo

em frases de efeito como

“nosso produto vai mu-

dar o mundo”

ou

“a cultura da empresa é algo va-

lioso para nós”

. Os empregados são representados

por cones coloridos e precisam receber diversos

agrados ou regalias no trabalho – lanches grátis,

máquinas de café à disposição, mesas de pingue-

-pongue para se distraírem nos intervalos de des-

canso do trabalho etc., tudo isso para mantê-los

felizes

Prontos, os produtos vão para o mercado. E

aí, o jogo transforma-se num tabuleiro, à moda

do clássico brinquedo

War

, mas a disputa, entre-

tanto, não é por territórios, e sim por

fatias de

mercado

. Entre os concorrentes há empresas ins-

piradas na vida real, como Kougle (seria o Goo-

gle), Carrot (imitando a Apple) ou Coralzon (uma

réplica da Amazon). 

Como é necessário faturar rápido e agradar o

conselho da empresa, deve-se lutar duramente

por aportes de dinheiro e cuidar bem de aspec-

tos como as relações públicas da

start-up

. Não se

pode esquecer da expansão global, que é uma

missão importante, e a sugestão foi abrir uma fi-

lial na Irlanda, diminuindo os impostos pagos pela

empresa... 

O tom de sátira que se percebe no jogo é pro-

posital e em sua campanha de financiamento

coletivo no Kickstarter – realizado entre julho e

agosto de 2016 com um total arrecadado de US$

9,5 mil –, o jogo foi descrito como “um simulador

de negócios distópicos”, pronto para mostrar que,

por trás das inovações, há ideais temerários. 

Numa entrevista para a famosa revista norte-

-americana

Fast Company

, Francis Tseng disse:

“Conforme o jogador avança no

game

, ele vai

chegando a mais tecnologias, algumas bem futu-

ristas. Mas a minha esperança é que ele perceba

logo que

esse não é o mundo no qual ele deseja

viver!!!

Caro(a) leitor(a), você já se divertiu com o

The

Founder

? Não!!! O que é que está esperando???

Um aspecto

do

Founder

.

Francis Tseng.

40

C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

THE FOUNDER:

UM EXCELENTE

GAME!!!