tava sem pena, mas neste ele não foi tão
sangrento. Apesar de já estar acostumada
com a sua escrita (agora em parceria com
o filho), como sempre a minha maior difi-
culdade é adaptar para o português a lin-
guagem coloquial e cheia de palavrões que
aparece no
Belas Adormecidas
. King de fato
tem um jeito bem particular de usar adje-
tivos de ênfase e também os palavrões, o
que acaba caracterizando e dizendo muito
sobre cada personagem.”
No
Belas Adormecidas
, há um mistério
difícil de entender e sequências bem vio-
lentas e o terror vem mais de uma angústia
lenta e crescente diante de um mal inexo-
rável. Não é nada fácil imaginar o que acon-
teceria ao mundo se um dia todas as mu-
lheres dormissem e não mais acordassem...
O acerto de King e seu filho Owen foi es-
colher, além da habitual cidadezinha como
as que sempre foram cenário de seus ro-
mances, uma penitenciária feminina para
concentrar a ação. É aí que eles conseguem
espaço para um grupo diversificado de ví-
timas de uma misteriosa doença, na qual
mulheres de qualquer idade, até bebês,
dormem e desenvolvem um casulo em vol-
ta da cabeça, feito de algo parecido com
fios de teia de aranha que brotam de seu
cabelos. Quando os homens retiram esse
“capacete” de gosma, as mulheres acordam
com fúria assassina. Depois de cometerem
alguns atos escabrosos, voltam a dormir...
Mas, caro (a) leitor (a) da
Criática
, não
é melhor você mesmo ler o
Belas Adorme-
cidas
para saber o que realmente elas fa-
zem?
Embora sejam raros os casos de sucesso
em parcerias entre pais e filhos, parece que
isso não se aplica aos Kings, uma vez que
eles já estão programando um segundo li-
vro juntos! E aí surge a pergunta inevitável:
“O que um pai pode ensinar ao filho sobre
o seu ofício de escritor?”
Owen King respondeu: “Escrever todos
os dias, ou pelo menos tentar! Ele me dizia
isso desde que eu era criança. E eu tentei
dedicar o máximo de tempo que podia a
escrever. Para mim foi muito estranho pro-
por uma ideia ao meu pai e ele aceitar!!!”
Por seu turno, Stephen King destacou
que durante o período em que trabalha-
ram no livro ambos deixaram de lado a
relação entre pai e filho. O autor explicou:
“Tinha que fazer isso. Respeito Owen como
escritor. E uma atitude paternalista nunca
esteve na minha cabeça, em nenhum mo-
mento!!!”
O novo livro de Stephen King escrito em parceria
com o seu filho Owen King.
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No
Belas Adormecidas
, há um
mistério difícil de entender
e
sequências bem violentas
e o terror vemmais de uma
angústia lenta e crescente diante de ummal inexorável.
Não é nada fácil imaginar o que aconteceria aomundo se um
dia todas
as mulheres dormissem e não mais acordassem...
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