MODA
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C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A
O
centro de logística da Zalando – a
maior varejista
on-line
de roupas
e calçados da Europa fica em Mön-
chengladbach (Alemanha), num hangar que
ocupa uma área equivalente a 13 campos
de futebol (Você sabe quais as dimensões
de um campo de futebol oficial? Não, então
pesquise...)
No interior desse hangar, centenas de
funcionários acondicionam sapatos, calças
jeans
e bolsas em caixas e, assim, milhares
de pacotes avançam por uma esteira de 14
km (!?!?) passando por postos de pesagem,
etiquetagem, escaneamento e separação,
antes de serem colocados nos caminhões
que os transportarão para 15 países.
Em 2015, operando com três centrais de
distribuição como a de Mönchengladbach, a
Zalando enviou a seus clientes
55 milhões
de encomendas, mais de 100 por minuto!!!
Os fundadores da Zalando, David Schnei-
der e Robert Gentz, começaram vendendo
sandálias de dedo
on-line
em 2008. Usa-
vam como base de operações um aparta-
mento em Berlim.
Os dois perceberam de forma oportuna
que o mercado europeu de sapatos e rou-
pas, além de ser fragmentado e ineficiente,
ainda não tinha acordado para o potencial
do comércio eletrônico.
A empresa deles, entretanto, só des-
lanchou quando recebeu um significativo
aporte financeiro dos irmãos Marc, Oliver e
Alexander Samwer, o trio alemão que, em
virtude de sua prática de copiar os empreen-
dimentos
on-line
norte-americanos, ganham
a alcunha de
“reis europeus da imitação”
.
O seu interesse pela Zalando surgiu
quando notaram que o seguimento de moda
que operava com lojas físicas encontrava-se
estagnado
, entretanto, as vendas
on-line
estavam crescendo cerca de 15% ao ano.
Porém, não é nada fácil para a Zalando
comercializar artigos de moda em diversos
países, pois metade de todas as suas ven-
das (em valor) acaba retornando aos seus
estoques sob a forma de devolução, pois a
empresa é muito condescendente com todo
tipo de capricho dos consumidores.
Seus clientes têm até 100
dias (!?!?) para devolver, sem
custo, os produtos adquiridos.
Tanto respeito pelos con-
sumidores rendeu a Zalando
mais de 18 milhões de clien-
tes (que adquirem pelo menos
um item no
site
da varejista
por ano).
Depois de ter superado o receio de mui-
tas marcas em ver seus produtos vendidos
on-line
no
site
dessa varejista, o consumidor encontra cerca de 150 mil itens
de 1.500 marcas diferentes.
Para essas grifes fazer negócio com a Zalando foi uma grande
vantagem, pois assim não precisariam investir no comércio eletrôni-
co e evitariam ter que lidar com uma cultura empresarial estranha.
A Zalando emprega atualmente aproximadamente 1.400 funcio-
nários e se destaca pelo seu
software
, desenvolvido internamente
e os bem bolados aplicativos para celulares, responsáveis por dois
terços do tráfego.
A Zalando tem dado muita atenção aos dados e, para ela, núme-
ros não faltam, pois o seu
site
recebe mais de 5 milhões de visitas
diárias e algumas marcas e varejistas que operam com lojas físicas
lhe franqueiam acesso a seus inventários de estoque.
Esses dois conjuntos de dados ajudam a Zalando a aprimorar
as previsões sobre as voláteis tendências do mundo da moda, a
utilização mais eficiente de anúncios direcionados e a velocidade
de sua reação para as mudanças nos padrões climáticos ou no
gosto dos consumidores.
Garimpando as informações, a varejista
on-line
identifica os indi-
víduos que criam tendências e, em vista disso amplia os estoques
de artigos que eles mais compram.
No futuro, a empresa pretende vender esses seus
insights
(dis-
cernimentos) para o restante do setor...
O seu sucesso não passou despercebido, e a Amazon já está
“indicando” que irá entrar no segmento de moda europeu, e o mes-
mo parece acontecer com a gigante do
e-commerce
chinês, a Aliba-
ba, que está se expandindo significativamente na Europa.
Talvez a Amazon e a Zalando possam até conviver pacificamen-
te, pois a varejista norte-americana está (até agora...) mais voltada
com o consumidor preocupado com o seu bolso, ao passo que a
alemã mira um segmento mais refinado, que se deixa atrair por
roupas de grife.
A Zalando acredita que para esses consumidores comprar rou-
pas, sapatos e acessórios é uma atividade que mexe com a emoção.
A esperança da Zalando é que as pessoas ainda sintam algo
de diferente ao adquirir artigos de moda, mesmo que façam isso
enquanto esperam pelo ônibus e que o seu faturamento em 2016
ultrapasse U$ 4 bilhões.
ZALANDO
ATENDENDOMILHÕES DE ENCOMENDAS
NA EUROPA DÁ INVEJA PARA A AMAZON!