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MÚSICA
U
m maestro completar 80 anos – este
é o Zubin Mehta –, e ao mesmo tempo
que a orquestra da qual é diretor ultra-
passar quatro décadas de existência, pode
parecer, para alguns, que está na hora de
aposentadoria para todos, não é?
Mas não é isso que pensa Zubin Mehta,
que esteve aqui em São Paulo para no dia
27 de agosto de 2016 fazer uma única apre-
sentação na Sala São Paulo, quando tudo
que se arrecadou da apresentação foi re-
vertido para as obras da Federação Israelita
do Estado de São Paulo e do Voluntariado
Einstein e da Amigo H, ligados à Sociedade
Israelita Brasileira Albert Einstein. Declarou
Zubin Mehta: “Em 2019, eu vou comemo-
rar 50 anos como diretor da Filarmônica de
Israel. As datas especiais estão sempre à
nossa frente, então prefiro olhar sempre
para a frente. Foi o que sempre fiz toda a
minha vida.”
Zubin Mehta nasceu na Índia, mas es-
tudou regência em Viena, a cidade dos
compositores, talvez o melhor ambiente do
mundo para quem quer ser um talentoso
profissional na música.
Ele passou primeiramente pela música
de câmara e mais tarde chegou às sinfo-
nias. Não se pode esquecer que foi contra-
baixista e seu vídeo tocando o
Quinteto A
Truta
, de Schubert, ao lado do pianista Da-
niel Barenboim, da violoncelista Jacqueline
Dupré e dos violinistas Pinchas Zukerman e
Itzhak Perlman, é um
hit
constante entre os
amantes da música clássica
Mehta define-se como um
“ditador de-
mocrata”
, pois acredita que essa ainda é
a melhor maneira de se colocar diante de
uma orquestra, “garantindo que os músicos
tenham direito a opinar”. Ao abordar-se a
questão israelense, Zubin Mehta explicou:
“É inevitável que surjam questões sobre
esse tema quando se está à frente da Filar-
mônica de Israel. Nós não nos entendemos
como um fórum político, e não somos uma
orquestra estatal.”
Sobre como encara o seu futuro, Zubin
Mehta deu um conselho que deve ser se-
guido por todo aquele que gosta da vida e
quer continuar sendo útil à sociedade, não
importando qual seja a sua idade: “Quando
alguém me pede para que eu faça um balan-
ço da minha carreira,
prefiro sempre falar do
que há ainda a fazer
!!! Construí muita coisa
boa com a orquestra, tendo participado di-
retamente da escolha de todos os músicos
que hoje tocam nela. Mas espero, em um
futuro próximo, comandá-los em um concer-
to em algum país árabe. E fazer com eles a
apresentação de alguma ópera de Wagner.
Esses são meus sonhos para o futuro, que
mexem com questões emocionais muito for-
tes. Mas espero por essas oportunidades,
pois ainda estou cheio de energia e vontade
de fazer coisas novas!!!”
O INCRÍVEL MAESTRO
ZUBINMEHTA
!!!
Mehta define-se como
um
“ditador democrata”
MARCO BRESCIA / LA SCALA
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Aos 80 anos, Zubin Mehta
continua em atividade e
com muitos novos projetos
para os próximos anos.