Table of Contents Table of Contents
Previous Page  27 / 46 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 27 / 46 Next Page
Page Background

P&P

27

N O V E M B R O / D E Z E M B R O 2 0 1 6

O

público digital tem sido minuciosa-

mente monitorado.

Entretanto, a abundância de dados,

geralmente gerados automaticamente por

plataformas de Internet, em direta concor-

rência umas com as outras, trouxe um desa-

fio sobre se os números contabilizados são

realmente confiáveis (!?!?), uma vez que

cada rede social tem uma métrica diferente.

Durante décadas, especificamente o pú-

blico da TV nos Estados Unidos da América

(EUA) foi medido principalmente por uma

empresa, a Nielsen, que o expressava na

forma de uma classificação relativamen-

te fácil de compreender, tendo sido usada

como a principal referência para definir o

valor de venda de intervalos de 30s e 60s

para os assinantes.

Infelizmente, o vídeo digital acabou per-

mitindo uma vasta proliferação de formatos.

Assim o Facebook conside-

ra cada vídeo como visualiza-

do depois que este é exibido

por apenas

três segundos,

como faz também o Twitter.

O Vine, no qual os vídeos

costumam se limitar a seg-

mentos de

seis segundos

em

reprise, conta o filme como

visualizado depois de chegar

ao fim.

O Snapchat, que não exibe

publicamente o número de vi-

sualizações, considera as pos-

tagens visualizadas após um

segundo de exibição!!!

O Instagram, que hospeda

vídeos de até um minuto, con-

sidera cada segmento assisti-

do após três segundos!?!?

O Vimeo, no qual os vídeos hospedados podem ser muito

mais longos, conta as visualizações instantaneamente, assim

como faz o Twitch, onde as transmissões podem durar horas.

O YouTube nunca revelou totalmente seus métodos de conta-

gem de visualizações, entretanto os especialistas “acham” que

a marca é alcançada perto dos 30’s de exibição.

Para a indústria de publicidade, as medidas de público se

traduzem diretamente em dinheiro (dólares, reais, euros, libras

etc.) e quantias, e os diferentes métodos de contabilizar as

visualizações

tornam-se problemas bem sérios

– além do fato

de toda a informação ser coletada pela própria empresa de

tecnologia.

É por isso que em abril de 2016 o Facebook reconheceu

publicamente que durante anos a sua

métrica

de visualizações

de vídeos foi calculada de

maneira equivocada

, dando aos seus

parceiros a impressão que as exibições tinham sido vistas por

mais tempo, em média, do que na realidade!?!?

Bob Liodice, diretor executivo da Associação de Anunciantes

Nacionais, um grupo que representa a indústria norte-america-

na, afirmou: “Com mais de US$ 6 bilhões por ano em mídia de

marketing

sendo canalizados para o Facebook, está mais do que

na hora que a empresa – bem como as outras grandes partici-

pantes nesse segmento – seja alvo de uma rigorosa auditoria.”

O Facebook se movimentou e fez

uma série de acordos com Integral

Ad Science, comScore e Nielsen

para que realizassem verificações

independentes das visualizações,

bem como a empresa Moat, que

está buscando padronizar algumas

formas de medição para

sites

que

hospedam vídeos.

O fato é que se não surgirem

metodologias de medição confiá-

veis, não será possível convencer os

anunciantes a transferir uma parte

maior de seus gastos da TV – que

sempre recebeu o maior investimen-

to – para o formato digital. Assim,

esse “tropeço” do Facebook pode,

inclusive, representar uma diminui-

ção dos investimentos nos

sites

que

hospedam vídeos!!!

COMOMEDIR A

AUDIÊNCIA DO

PÚBLICO DIGITAL?

Bob Liodice, especialista em medição

de audiência do público digital.