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A B R I L / M A I O / J U N H O 2 0 1 8

Ninfeias em Flor,

Monet.

Odalisca Deitada com Magnólias,

Matisse.

Outro artista francês, Matisse, também

se saiu bem. Sua tela

Odalisca Deitada com

Magnólias

foi vendida por US$ 80,75 mi-

lhões, batendo também o seu recorde – até

então o maior valor pago por uma tela des-

se pós-impressionista francês era de US$

41 milhões. Além de Monet e Matisse, os

franceses Delacroix, Corot, Armand Seguin,

Vuillard, Odilon Redon e o italiano Giorgio

Morandi atingiram os preços mais altos na

história.

Entretanto foi o espanhol Picasso a

grande estrela da noite. Sua garotinha

com expressão feroz (como costumava

descrevê-la Peggy Rockefeller) carregando

uma cesta de flores não seduziu tanto os

compradores, e foi vendida por US$ 115

milhões, após 2 min de disputa!?!? Claro

que é um enorme valor, a maior soma para

uma obra da fase rosa e o segundo mais

alto pago por uma tela do pintor, mas ficou

longe do recorde de US$ 179,9 milhões ob-

tidos por um quadro cubista em 2015.

O fato é que só na primeira noite do lei-

lão foram vendidos US$ 646 milhões, supe-

rando os US$ 484 milhões que a coleção do

estilista Ives Saint Laurent havia faturado

há quase uma década, numa das maiores

vendas dessa natureza em toda a história

da arte. Naturalmente, depois de dez anos

o dólar perdeu um pouco o seu valor, mas

de qualquer modo o aumento de arrecada-

ção foi impressionante, não é mesmo?

No que se refere ao Brasil, convém lem-

brar que, apesar da elevação das taxas ae-

roportuárias para a entrada de obras de

arte em nosso País, os galeristas também

comemoraram os bons resultados alcança-

dos. A

SP-Arte

, por exemplo, que já está

em sua 14ª edição, aconteceu no Pavilhão

da Bienal entre 11 e 15 de abril de 2018,

e recebeu um público diário de 6 mil pes-

soas. O preço médio das obras mais caras

expostas no local girou entre R$ 300 mil e

R$ 400 mil. Durante o evento a busca maior

foi pelas obras de artistas mais recentes, ou

seja, os contemporâneos, uma tendência

que é apontada como natural pelos

mar-

chands

!!!

A diretora da SP-Arte, Fernanda Feito-

sa, comentou: “Em cada edição do evento

busca-se apresentar algo diferente. Nos úl-

timos anos, tivemos mais trabalhos sobre

migrações, violência, abandono. Nessa 14ª

edição contamos com a presença de mais

artistas do sexo feminino e de afrodescen-

dentes. Buscamos com isso refletir o mo-

mento pelo qual o mundo tem passado.

Das pessoas que vem à feira, cerca de 95%

não compram nada. Eles comparecem para

se informar, e a visita faz parte do incre-

mento de sua cultura. E isso é muito bom,

pois a feira não é só para compra. Se assim

o fosse, não precisaria ter tantas galerias

(estiveram nesse evento 107 galerias nacio-

nais e estrangeiras) que acabaram inclusive

entrando em contato com novos artistas.”