ARTES VISUAIS
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C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A
M
uitas galerias de arte norte-americanas fatu-
ram entre US$ 20 milhões e US$ 100 milhões
por ano. Todavia, embora sejam somas con-
sideráveis, os empresários do setor e os
art dealers
(negociadores de arte) consideram esses valores insu-
ficientes para que possam investir adequadamente em
novos negócios.
Por outro lado, os bancos privados dos Estados Uni-
dos da América (EUA) têm se tornado mais rigorosos
na concessão de empréstimos. Para ser mais exato,
isso passou a acontecer depois que o colecionador
Michael Steinhardt ofereceu seu acervo ao JP Morgan
Chase como garantia de um empréstimo para comprar
o edifício do
American Stock Exchange
.
Em 4 de maio de 2018 aconteceu a abertura da feira
holandesa Tefax, no Park Avenue Armory, quando foi
também lançado o relatório
Tefaf Art Market Report:
Art Dealer Finance
, no qual, além de se apresentarem
os números e o desempenho de cada país no
setor da
arte
, concentrou-se ainda mais na análise da questão
financeira a partir de uma perspectiva histórica. E uma
das conclusões desse relatório tem se confirmando: os
empresários do mercado de arte focados na arte im-
pressionista moderna e contemporânea desfrutam de
maior probabilidade de sucesso nos negócios que seus
colegas que trabalham com a arte de mestres antigos.
Em 2017, mais de 50% das obras leiloadas pela
Sotheby’s, Phillips e Christie’s correspondiam a esse
segmento. Aliás, no leilão realizado em 8 de maio de
2018 na Christie’s em Nova York, foram batidos sete
recordes, entre eles para nomes históricos, como
Monet e Matisse. A chamada venda do século, como
foi apelidado o leilão da coleção amealhada por David
e Peggy Rockefeller, começou de maneira esfuziante,
superando todas as expectativas para os próximos dias
já em sua primeira noite a encarar o martelo.
Mesmo com todas as expectativas e todos os olhos
voltados para um Picasso da fase rosa – que já havia
causado burburinho desde que surgira no mercado –,
a disputa mais acirrada da noite foi pelas
Ninfeias em
Flor
, de Monet. De fato, logo nos primeiros minutos
do leilão percebeu-se a agitação. Quando a tela do im-
pressionista francês – que mostra um lago num jardim
no fim de uma tarde – surgiu diante dos interessados,
em 14 min o valor do quadro logo saltou de US$ 38
milhões para US$ 84,7 milhões, batendo o recorde do
artista, que em 2016 teve uma obra vendida por US$
81,4 milhões. E de fato Monet foi um dos artistas mais
cobiçados durante todo o leilão, com outras de suas
obras alcançando preços fantásticos.
OS
NEGÓCIOS COMARTE
ESTÃO EMALTA!!!
A entrada da famosa casa de leilões
Christie's em Nova York.