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O U T U B R O / N O V E M B R O / D E Z E M B R O 2 0 1 8

Junto das imagens do triturador secre-

to, Banksy mostrou também o momento da

venda em que tudo acontece!!!

Posteriormente, alguns dos presentes

no leilão disseram ter visto alguém com

um controle remoto que teria acionado

um dispositivo logo após a venda ter sido

consolidada. Também há relatos de que um

homem bem parecido com Gunningham

teria sido visto no salão, e apontado pelos

jornais londrinos como sendo Banksy – que

costuma aparecer sempre de capuz e com

o rosto todo coberto.

Ao comentar o ocorrido, a Sotheby’s

“fingiu” total desconhecimento de como

isso tudo teria sido armado. O gerente da

casa de leilões, Alex Branczik, declarou:

“Pode-se dizer que acabam de nos ‘

bank-

sear...’

Porém, mesmo que soubesse de algo

– o que é bem provável devido ao rigor

da perícia por que possam todas as obras

antes de serem leiloadas –, ele jamais po-

deria admitir que estivesse ciente do teor

subversivo do que estaria prestes a ocorrer

após a venda!?!?

Foi, sem dúvida, um tru-

que publicitário!

Banksy se tornou um feroz crítico do

exótico mercado da arte: um mundo movi-

do a champanhe, jatinhos, galpões climati-

zados em paraísos fiscais, acordos secretos

e, em certos casos, até mesmo de lavagem

de dinheiro. São muitos os fatores que fa-

zem uma obra se valorizar. O preço depen-

de da importância histórica da peça, do

fato de ela ser única ou não, de seu autor,

de sua reputação, do circuito dos museus e

das galerias e, finalmente, de quem já com-

prou a mesma.

E é esse último ponto é o que mais irrita

artistas como Banksy. Num mundo em que

a crítica de arte se tornou bastante obsole-

ta, e são os colecionadores que ocupam os

postos de comando nos grandes museus,

definindo quais obras entram nos seus

acervos – e, portanto, para a história – a

partir de suas listinhas de compras, com o

que o mercado acaba tendo um peso des-

proporcional na formação dos gostos e da

interpretação da obra.....

Aliás, muito antes de causar essa “pega-

dinha” no leilão, Banksy já zombava muito

das forças desse mercado e de suas telas

mais cobiçadas. Foi assim que numa de

suas séries mais controversas ele recriou

clássicos da arte moderna utilizando como

pano de fundo as vistas do jardim de Clau-

de Monet, em Giverny, na França, e intro-

duzindo neles os desenhos que fazia nos

muros da cidade. Essa era a sabotagem

que costumava fazer na arte, que, de um

lado lhe angariou o respeito de uma parce-

la da crítica, mas, de outro, fez surgir uma

significativa e furiosa oposição, formada

por especialistas que passaram a classificá-

-lo como um

grafiteiro piadista de quinta

categoria

!?!?

E você, o que acha de Banksy e do que

ele fez nesse leilão da Sotheby’s?

Girl with Baloon

de Banksy, vira tema de muitas discussões.