HUMOR
A
o celebrar os seus 90 anos, a famo-
sa revista norte-americana
The New
Yorker
foi para as bancas no período
de 23 de fevereiro a 2 de março de 2015
com nove capas diferentes com a interpre-
tação, ou melhor, versões do famoso mas-
cote de monóculo, Eustace Tiley.
A diretora artística da revista, Françoise
Mouly, comentou: “Desde 1994, o dândi da
revista já foi parodiado, subvertido e des-
construído de várias maneiras”. E agora
convidamos nove ilustradores famosos, ou
seja, Anita Kunz, Christoph Niemann, Peter
Mendelsund, Lorenzo Mattotti, Barry Blitt,
Carter Goodrich, Kadir Nelson, Roz Chast
e Istvan Banyai para que fizessem essas
capas.
Para gerar um maior interesse de anun-
ciantes em torno da data comemorativa, a
editora Condé Nast, que publica a revista,
produziu entrevistas com seus melhores
escritores, levantou fatos históricos e ofe-
receu até uma retrospectiva com comer-
ciais antigos publicados em suas páginas
por 90 de seus mais tradicionais anun-
ciantes.
Cada exemplar comemorativo trouxe
três capas diferentes, oferecidas pela re-
lojoaria de luxo Rolex, que também veicula
comerciais na edição
mobile
da publicação.
Antecipando o interesse pela edição his-
tórica, a Condé Nast aumentou a distribui-
ção em banca em 20%. Atualmente, a
The
New Yorker
tem um milhão de assinantes
pagos e vende, em média, 32 mil exempla-
res avulsos por semana. Nos últimos 20
anos, a revista passou a trazer nas capas
temas atuais e frequentemente polêmicos,
como uma de 2008 em que Barack Oba-
ma vestia roupas tradicionais islâmicas e
a mulher, Michelle, uma metralhadora nas
costas – uma sátira à oposição do então
candidato à presidência.
A virada definitiva viria na eleição pós-
-atentado de 11 de setembro de 2001,
com a sombra das
Torres Gêmeas
desenha-
da pelo premiado Art Spiegelman, marido
da diretora de arte Françoise Mouly. Desde
então, as capas da revista são notícia.
Em 2013, o protagonista da série
Brea-
king Bad
aparecia como o ditador sírio, Ba-
shar al Assad, em seu laboratório de me-
tanfetamina: uma alusão ao suposto uso
de armas químicas pelo regime sírio contra
a população local. Em dezembro de 2014,
a cidade norte-americana de St. Louis foi
retratada em preto e branco, refletindo as
tensões que explodiram ali e sacudiram o
país após policiais brancos serem inocen-
tados na Justiça pela morte de negros.
Pois é, a
The New Yorker
não chegou a
ter capas tão agressivas como a revista
francesa
Charlie Hebdo
, mas são também
sarcásticas e provocantes!!!
A ICÔNICA
REVISTA
THE
NEWYORKER
COMPLETOU
90 ANOS DE
EXISTÊNCIA
Françoise Mouly.
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