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fácil diferenciar uma ideia genial de propos-
ta esdrúxula ou tola. E não existe ninguém
que tenha sapiência para discriminar ou indi-
car com total certeza qual ideia nova dará me-
lhor resultado. Dessa maneira, deve-se acei-
tar que não existe uma receita pronta para se
chegar ao sucesso, a não ser o conceito de
que para chegar a ele é preciso
persistência
,
sem isso ser confundido com
teimosia
.
Por exemplo, todas as empresas que de-
sejam promover-se, pedem de uma agência
de propaganda um vídeo que se
torne viral
,
que consiga milhões de cliques!!! Infelizmen-
te, nenhuma agência de publicidade pode
garantir isso antecipadamente por mais que
tenha profissionais talentosos. Como diz Tor
Myhren, diretor criativo global da agência de
publicidade Grey, na sua entrevista para o
jornal
Folha de S. Paulo
(3/10/2015): “Você
pode colocar uma celebridade para ter mais
visualizações. Mas isso não garante que as
pessoas vão gostar mais, no entanto, vão
acessar por causa da celebridade. O humor
também tende a funcionar. Se alguém con-
seguir introduzir um bem adequado, pois é
o gênero mais difícil na área criativa para
agradar a quase todos.
Tudo faz crer que existem muitas formas
de criar um viral, mas, no fim, ninguém sabe
qual funciona. Adoro essa tendência do
cliente dizendo:
‘Quero um filme que apa-
reça no YouTube e ganhe muita atenção!’
Isso torna o nosso trabalho mais importante
e, ao mesmo tempo, mais divertido porque
na realidade o que ele está pedindo é uma
peça publicitária que todos queiram assistir.
É mais legal do que o pedido de uma pro-
paganda de 15s enfatizando as vantagens
de algum produto/serviço. Não que isso
não tenha valor, mas o publicitário criativo
é aquele que deseja sentir que a sua peça
diverte e fica na mente das pessoas.”
Vivemos na era da
economia criativa
(EC) e por isso em todas as organizações
deve existir a preocupação em como impul-
sionar e aproveitar a
criatividade
dos seus
funcionários
em todos os níveis
.
Para que isso ocorra, um elemento impor-
tante é ter na empresa uma arquitetura com
muitos espaços abertos, que permitam cons-
tantes interações entre esses profissionais,
pois isso representa uma grande diferença na
maneira como as ideias e as opiniões fluem
na empresa. Entretanto, não se deve esque-
cer nunca que o processo criativo começa
na cultura da organização e ele não evolui se
nela não é permitido aos seus “trabalhadores
do conhecimento” assumirem riscos.
Demitir alguém porque se tentou fazer
algo novo e que deu errado - o que é muito
corriqueiro em diversas companhias - leva à
interrupção do processo criativo, pois os co-
laboradores procuram ficar inertes, visto que
arriscar-se com novidades não é seguro...
Na televisão, nós ainda somos capturados
pela propaganda. Na Internet, é um pouco di-
ferente, pois a pessoa assiste o que quiser.
Isso faz com que as agências de propaganda
se esforcem mais para apresentar peças pu-
blicitárias que as pessoas desejam ver.
Para o setor criativo, ou seja, o setor da
publicidade e propaganda, isso é excitante
e ao mesmo tempo aterrorizante, pois nin-
guém mais pode produzir uma “porcaria” e
esperar que com ela cative a atenção dos
consumidores.
Em épocas de crise econômica, quando
as pessoas tomam muito mais cuidado com
a forma como irão gastar o seu dinheiro, as
campanhas publicitárias, para serem efi-
cientes, devem ter os ingredientes:
interes-
sante
,
provocativo
e uma
história atraente
.
Uma história atraente pode ser a preocu-
pação da empresa com responsabilidade
social ou a sustentabilidade, ao apresentar
um anúncio do seu produto/serviço.
Atualmente, percebe-se uma forte ten-
dência de algumas marcas demonstrarem
que elas têm um
propósito.
Essas marcas
buscam dizer algo a respeito do que está
acontecendo no mundo e o que estão fa-
zendo para atenuar alguns dos seus proble-
mas. Em especial, para os jovens, se as em-
presas querem ser atraentes por meio de
suas propagandas, devem desenvolvê-las
de forma transparente e ética.
Não se pode esquecer que graças à Inter-
net, o consumidor imediatamente fica sabendo
de qualquer malfeito que cometeu uma organi-
zação, e para reconquistar a reputação perdida
por falta de transparência, em “tempos bicu-
dos”, pode ser o fim de uma empresa!!!
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Vivemos na
era da economia
criativa
(EC) e por isso em todas
as organizações deve existir a
preocupação em como impulsionar
e aproveitar a
criatividade
dos seus
funcionários
em todos os níveis
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