N
esses últimos anos, diretores e pro-
dutores de cinema e de programas
de TV têm procurado a ficção nacio-
nal para a realização de seus projetos. Num
mercado editorial em que as tiragens não
têm crescido, são os escritores que estão
cada vez mais procurando ou sendo procu-
rados por agentes literários para vender di-
reitos autorais para adaptações.
Lucia Riff, dona da maior agência literá-
ria do País para esse tipo de negociação,
que atua em parceria com a Film2B, de Ana
Luiza Beraba, Eduardo Senna e Raquel Lei-
ko, declarou: “Apesar da crise que assola
o País, o ano de 2015 foi até bem ativo e
proveitoso para o setor audiovisual. Não
passamos um mês sem fechar dois a três
contratos de cinema, o que foi muito bom
para o nosso negócio.
Isso está relacionado, em parte, à re-
cente lei que determinou a exibição de
con-
teúdo nacional
por canais a cabo. Outro
belo estímulo foram os núcleos criativos da
Ancine (Agência Nacional do Cinema), uma
forma bem interessante de o mercado fi-
nanciar novos projetos. Quanto aos valores
pagos, isso não depende apenas do autor
ou título, mas do projeto em si: orçamento,
formato, desdobramentos possíveis etc.”
Josélia Aguiar, no seu artigo
A página vi-
rada na tela
(publicado no jornal
Valor Eco-
nômico
em 29/1/2016), deu vários exem-
plos de obras negociadas. Foi o caso de
Quarenta Dias
, de Maria Valéria Rezende,
vencedor do prêmio Jabuti, e de
Das Pa-
redes, Meu Amor, os Escravos Nos Contem-
plam
, de Marcelo Ferroni, que foram contra-
tados por Rodrigo Teixeira, da RT Features.
O
SETOR EDITORIAL
ENCONTRA
AS SUAS RECEITAS VENDENDO
CONTEÚDO PARA O
CINEMA E A TV
Toda essa procura por
conteúdo nacional
coincide como
surgimento de uma
geração de escritores
que têm vocação
ou pelomenos
curiosidade como
audiovisual.
SETOR EDITORIAL
Malu Gaspar, que escreveu
Tudo ou Nada
, vendeu o seu
livro para a Morena Filmes.
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C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A