O desafio crucial para os serviços de
streaming
é que eles estão à mercê dos de-
tentores dos direitos sobre a música, como
Sony Music Entertainment,
Universal Musice
Warner Music. Essas três gravadoras, so-
madas, controlam cerca de 75% do mercado
mundial de música gravada, que movimenta
aproximadamente US$ 15 bilhões ao ano.
Para ter a possibilidade de atrair grande
número de assinantes, uma organização de
de
streaming
deve oferecer um vasto catálo-
go de canções de todas as três grandes gra-
vadoras. Isso significa que o serviço essen-
cialmente não tem outra escolha a não ser
aceitar
os termos exigidos pelas grandes
gravadoras, por mais onerosos que sejam.
Por exemplo, o Spotify, nos termos dos con-
tratos de licenciamento, precisa pagar 70%
de sua receita em forma de
royalties
para as
gravadoras e as editoras de música. Como
resultado, embora a receita da empresa te-
nha disparado para quase € 1,5 bilhão no
ano passado, houve um prejuízo operacio-
nal de € 215 milhões.
Por enquanto, o Spotify tem capacidade
de absorver seus prejuízos. A companhia
sueca levantou mais de US$ 500 milhões
e seu valor de mercado é avaliado em
US$ 8,5 bilhões. Entretanto, o setor de ca-
pital para investimentos para as empresas
de
streaming
de menor porte praticamente
não existe, e é por isso que muitas delas
estão desaparecendo (cerca de 100 no
mundo todo deixaram de operar nos últimos
três anos...)
O que dificulta ainda mais as coisas para
as operadoras independentes é que elas
precisam concorrer contra grupos de tec-
nologia que
subsidiam
suas operações de
streaming
a fim de atingir metas comerciais
mais amplas.
Esse é o caso da Apple, cujo faturamen-
to anual excede os US$ 250 bilhões, e que
há muito “assimila” prejuízos com a música
a fim de ajudar na venda de aparelhos como
o
iPhone ,primeiro com a loja
iTunesde
download
e agora com o serviço de
strea-
ming
Apple Music.
É interessante destacar a estratégia
adotada para vender o novo álbum da can-
tora Adele,
25
, que vendeu 3,38 milhões
de cópias só nos EUA na primeira semana
em que foi lançado, em 20 de novembro de
2015. Essa vendagem tornou-se recordista
e foi conseguida principalmente pela deci-
são da cantora e da sua gravadora, a Co-
lumbia, que é parte do grupo Sony, de
não
disponibilizar
25
em
streaming
, sendo que
uma das motivações teria sido evitar a pira-
tria cada vez mais proliferante.
Obviamente, essa estratégia, apesar de
bem-sucedida para a gravadora e a cantora,
com a obtenção de bom lucro a curto pra-
zo, ameaça muito a nova indústria digital de
música, podendo inviabilizar serviços como
Spotify, Pandora etc.
É verdade que esse caso bem-sucedido
do
25
pode não servir para outros astros da
música
pop
, pois Adele é uma artista úni-
ca, que acumulou a característica de ser a
maior vendedora do mundo por dois anos
consecutivos com o seu álbum
21
, lança-
do em 2011. Pode ser que a Columbia e a
Sony tomaram essa decisão para fazer um
teste de mercado para a vigência do disco
físico no mercado, não é?
Por enquanto, o Spotify tem
capacidade de absorver seus
prejuízos. A companhia sueca
levantoumais de
US$ 500milhões
e
seu valor de mercado é avaliado em
US$ 8,5 bilhões
.
Spotify
é o maior serviço
de
streaming
de música
do mundo!!!
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