ARTESANATO
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C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A
C
om um cardápio simples e recheado de
referências amazônicas – como peixes
recém-pescados no rio Negro, jambu
refogado, mandioca, milho de tucupi etc. –,
o restaurante comunitário
Sumimi
acreditou
que conseguiria atrair muitos visitantes. E,
de fato,
isso tem acontecido
!!!
Gerenciado por índios da etnia
kambe-
ba
, o lugar foi inaugurado em 2011, como
uma iniciativa de
“turismo de base comuni-
tária”
no povoado Três Unidos, a 60 km de
Manaus, numa área de proteção ambiental
(APA) do rio Negro.
A comunidade indígena entrou na rota
do turismo por viver próxima do arquipéla-
go de Anavilhanas. Desde então, se concen-
trou em receber os visitantes provenientes
de Manaus, que fazem ali uma parada se-
manal. Cerca de 100 turistas desembarcam
no local, onde, além de almoçar, apreciam e
compram o artesanato típico dos kambeba
– objetos e peças feitos com vários tipos de
madeira e sementes de açaí.
ARTESANATO E TURISMO
COMUNITÁRIO PERMITINDO A
SOBREVIVÊNCIANAAMAZÔNIA
Essa receita é muito importante para
essa comunidade de 80 pessoas, que cuida
de pequenas roças de mandioca, produz fa-
rinha, pesca e caça para garantir a própria
sobrevivência. A ideia de criar o restauran-
te veio do líder indígena, ou seja, do
tuxana
(líder indígena) Waldemir Silva, cujo nome
kambeba é Triukuxuri, que recebeu apoio
da Fundação Amazonas Sustentável (FAS),
entidade envolvida na promoção do turis-
mo comunitário da região.
Outro exemplo de turismo comunitário
é o que existe em Tumbira, a cerca de 90
min de barco de Manaus, onde está a pou-
sada do Garrido, administrada por Roberto
Brito, que abandonou o trabalho de extrair
madeira da mata para atender turistas. Nes-
sa pousada o visitante se hospeda em um
quarto simples, onde, apesar da cama com
lençóis impecavelmente limpos, tem a op-
ção de dormir numa rede. O quarto é bem
protegido em relação a insetos, que são
visitantes frequentes na selva amazônica.