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lenta, mas em vários deles está chegando

de repente

, quando a atuação do ser hu-

mano está sendo dispensada (pense no

carro autônomo daqui a dez anos...)

Observando as estatísticas das últimas

duas décadas pode-se dizer que os seres

humanos ainda gastavam cerca de 100.000

h de sua vida no trabalho, e agora no pre-

sente e em especial no futuro, esse número

deverá cair muito, em vista das mudanças

rápidas e radicais que estamos passando

no mundo profissional. Claro que sem um

trabalho formal os seres humanos terão

que se adaptar a uma nova realidade na

vida, serem mais resilientes e envolverem-

-se nas suas horas ociosas (que serão em

número cada vez maior) com atividades

mais ousadas, mais criativas, que as má-

quinas, mesmo as “inteligentes”, não sejam

capazes de realizar.

Por exemplo, hoje existe na Índia uma

empresa, a

7.ai

(que já se chamou 24/7),

cuja principal atividade é responder a cha-

madas de atendimento ao cliente e vender

produtos, como cartões de crédito, para

empresas dos Estados Unidos da América

(EUA), um país que fica bem longe da sua

sede localizada em Bangalore, considerado

o Vale do Silício indiano.

Pois é, nela uma boa parte das pergun-

tas são geralmente respondidas inicialmen-

te por um

chatbot

ou “agente virtual” (um

software

que simula um ser humano utili-

zando o sistema

Aiva

assistente virtual

artificialmente inteligente

), alimentado

por IA (inteligência artificial), com o que

de

repente

não se precisa de seres humanos

para que ocorra essa “conversação”.

Porém os seres humanos não foram todos

eliminados e a eles é repassada a conversa

quando o agente virtual trava ou não

consegue responder. Nesse caso entra em

ação a inteligência humana (IH), que ainda

é usada (!?!?), mas

gradualmente

está sen-

do dispensada à medida em que se aumen-

ta a capacidade da IA.

Recorde-se que tanto nos EUA como na

Índia (e inclusive no Brasil), as classes mé-

dias se formaram em cima do que se pode

chamar de trabalho de alta remuneração e

qualificação média. Entretanto, num mun-

do orientado pela IA, esses empregos es-

tão sendo extintos. Hoje o que está bem

claro é que ainda há alguns

trabalhos com salários

elevados para seres

humanos

muitos

talentosos e qua-

lificados, assim

como empregos

com

salários

bem pequenos

para os pou-

co qualificados

(em especial nos

países mais po-

bres ou em desen-

volvimento) e um

número cada vez

menor de vagas

entre os dois

extremos!?!?

Espec i f i ca-

mente na empresa

7.ai

, quase todos os

seus operadores possuem diploma univer-

sitário, pois precisam ter condições de es-

crever textos com boa gramática em inglês

e compreender a interação entre o agente

virtual e a pessoa que está ligando. Eles

também precisam se comunicar com perí-

cia e empatia (uma qualidade totalmente

humana...) quando o agente virtual não

consegue dar prosseguimento ao atendi-

mento.

É nesse ponto crítico que o agente

humano não apenas precisa intervir, mas

também “registrar as dúvidas que “enga-

naram” ou “confundiram” o robô e repas-

sá-las aos cientistas de dados da

7.ai

, que

então as transformarão em uma camada

nova e mais profunda de IA, que permita

que a

Aiva

responda a essas indagações na

próxima vez e se torne gradualmente cada

vez mais “inteligente”!!!

Os cientistas de dados que elaboram

as atualizações para os agentes virtuais

são chamados de “

designers

de conversa-

ção digital

”. Já os analistas que ajudam a

desenvolver assistentes virtuais que falam

com os clientes são designados como “

de-

signers

de voz

”.

Um termo que ficou muito importante

nos dias de hoje é “

contenção

”, ou melhor,

taxa de contenção

”, com a qual se mede

até que profundidade pode ir a conversa

com um dispositivo eletrônico inteligente,

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J A N E I R O / F E V E R E I R O / M A R Ç O 2 0 1 9