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ARTESANATO

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C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

P

ara evidenciar a importância do artesanato

vamos abordar a ação de um tecelão visio-

nário, a fabricação de relógios especiais e o

silêncio que se exigiu numa cidade para gravar o

som vindo de um

Stradivarius

.

Inicialmente, deve-se destacar que é o nome de

um tecelão visionário que dá nome a um império

de alto luxo masculino, ou seja, o Ermenegildo Zeg-

na. É na pequena Trivero (na Itália) que em 1920

Ermenegildo, filho do relojoeiro Michelangelo Zeg-

na, decidiu que no lanifício iniciado pelo pai no fim

do século XIX, sairiam os tecidos mais bonitos do

mundo!!!

Hoje é a Anna Zegna, neta de Ermenegildo, que

comanda a Fondazione Zegna, o braço social do

grupo (os negócios propriamente ditos ficam a car-

go do seu irmão Ermenegildo e o primo Paolo). Foi

Anna quem encarnou mais o espírito de seu avô

como sendo “

um empreendedor que pensava na

comunidade

”.

A comunidade da qual Anna cuida, vai além

do vilarejo de Trivero, em torno do qual a família

estendeu seus domínios e o avô plantou mais de

meio milhão de árvores, fazendo a reserva ser ba-

tizada de Oasis Zegna. Hoje a empresa possui re-

banhos na Nova Zelândia, Austrália e África do Sul,

além de tosquiadores bem treinados que extraem

de vicunhas peruanas o mais leve dos fios de lã.

Deve-se ressaltar que pouco afeitos ao trato huma-

no, esses camelídeos se assustam facilmente e po-

dem morrer de ataque cardíaco se a aproximação

dos humanos não for bastante delicada!?!?

Porém, como garante Anna, tudo na empre-

sa começa e continuará sendo nas montanhas de

Trivero, por uma questão de

genius loci

. Em por-

tuguês esse

espírito de local

pode ser explicado

simplesmente pela sua água, que é doce em oposi-

ção à calcária que predomina em toda a península

itálica. Essa característica faz muita diferença na

lavagem dos fios, já no início do processo.

Na outra ponta está o que se chama de “enobre-

cimento”, que inclui diversas formas de cardar, pin-

tar e condicionar a lã, segundo o efeito desejado,

que concluir a fabricação que distingue os têxteis

Zegna. O atual diretor artístico da grife, Alessan-

dro Sartori comentou: “Muito trabalho artesanal

é executado aqui do tecido à confecção, durante,

em média, seis meses. São necessários cerca de

500 mãos para colocar num manequim um terno

Zegna – desde os tosquiadores até o costureiro

que corta e faz as casas de botão à mão, passando

pelas mulheres que, na tecelagem, controlam e re-

param, também à mão, eventuais imperfeições!!!”

E é por tudo isso que Ermenegildo Zegna é o má-

ximo do luxo para a roupa masculina

!!!

Por incrível que pareça, desde que os

smar-

tphones

substituíram os relógios tradicionais em

sua função de mostrar a hora certa, nunca houve

tanta gente interessada e até disputando para pa-

gar mais caro por um deles!?!?

O ARTESANATO

CONTINUA TENDOMUITO VALOR!!!

Numa foto de 1924,

o lanifício Zegna em

Trivero, na Itália.