creveu o início da vida do casal Obama e
do despertar da carreira política de Barack,
sempre através de uma perspectiva
familiar. Esse livro trata do difícil episódio
da perda do bebê em sua primeira gestação
e revela a realização de um tratamento de
fertilização
in vitro
para a concepção das
filhas Malia e Sasha. Ela também aborda
algo bem íntimo, ou seja, que em tempos
de desencontros ela e Barack fizeram tera-
pia de casal na tentativa de acertar os pon-
teiros. O que acabou dando certo.
A política fez parte da vida de Michelle
desde cedo, pois seu pai atuava no Partido
Democrata. Ela também trabalhou na pre-
feitura de Chicago, mas foi com a entrada
de Barack Obama na política, a partir de
1996, que a sua vida mudou radicalmente.
Ela destacou no livro: “Eu não gostava mui-
to de políticos e não me agradava a ideia do
meu marido ser um. Mas se Barack se jul-
gava alguém capaz, quem era eu para atra-
palhar?” O fato é que a carreira de Obama
começou em 1996, tornando-se senador e
depois culminando com duas campanhas
presidenciais bem-sucedidas, em 2008 e
2012.
Na
terceira
parte ela relembra os anos
que viveu na Casa Branca, quando se esfor-
çou para manter a vida mais normal possí-
vel, uma tarefa inglória para um contexto
com 132 quartos, 35 banheiros e 28 larei-
ras, em que as janelas nunca podem ser
abertas por questão de segurança. Em rela-
ção à sua chegada à Casa Branca, Michelle
ressaltou: “Não queria ser um enfeite bem-
-vestido para ser vista em festas ou cortar
fitas em cerimônias de inauguração. Queria
fazer coisas significativas e duradouras.” E
ela fez isso, pois na sua função, liderou pro-
jetos para educação de meninas e de com-
bate à obesidade infantil.
No epílogo do livro ela escreveu: Sou
uma pessoa comum que se viu em uma
jornada extraordinária”. Essa frase funcio-
na inclusive como um
slogan
, mas de certa
forma é contraditória com certas coisas ex-
pressas no livro
Becoming
(cuja tradução,
aliás, deveria ter sido
Tornando-se
). A per-
gunta que não cala é: seria tão comum uma
menina de classe baixa, criada no extremo
sul de Chicago – um lugar pobre, com mui-
tos habitantes negros e, nos dias atuais, ex-
tremamente violento – se formar em duas
das mais prestigiosas universidades do
mundo, Princeton e Harvard?
E quão comum é ter ganho, quando ti-
nha 25 anos, mais dinheiro num grande
escritório de advocacia do que seus pais
ao longo de toda a vida? Entretanto, a
self-
-made woman
(mulher que se fez sozinha
e pelos próprios méritos), emancipada e
bem-sucedida, tornou-se uma importante
figura pública, é bem verdade que a rebo-
que da trajetória do marido, apesar de sa-
lientar sua profunda falta de simpatia pela
política!?!?
Porém, uma coisa é certa!!! Escrever
esse livro foi altamente lucrativo!!! Como
dito anteriormente, em janeiro de 2019
foram impressos 3 milhões de exemplares
iniciais, que foram comercializados. Aliás,
esse foi o livro mais vendido da Amazon,
batendo inclusive o recorde de
Cinquenta
Tons de Cinza
, de E.L. James, publicado em
2012.
Numa comparação entre
Minha Histó-
ria
e o livro
Aprendizados
, escrito por Gi-
sele Bündchen – a ex-
top-model
brasileira
–, mostra que enquanto o de Michelle nos
EUA estava em 1º lugar, o de Gisele ocupa-
va a 1.307ª posição como mais vendido.
Sem dúvida, é problemático comparar Mi-
chelle e Gisele, pois elas têm pouco em co-
mum, exceto a
fama
. A pergunta que fica,
porém, é: como é que os livros de ambas
foram escritos?
Michelle listou umas 20 pessoas da
equipe que a ajudou, além de uma “ami-
ga” a quem deu entrevistas semestrais, en-
quanto ainda vivia na Casa Branca. O tra-
balho dessas pessoas gerou 1.100 páginas
de transcrições que, no final, deram origem
a um livro de 426 páginas. Gisele, em con-
trapartida, além da equipe também fala em
“colaborador” e “gente da editora”, que a
auxiliaram a escrever seu livro. Uma coisa
é indiscutível, Gisele Bündchen, mulher do
famoso
quarterback
Tom Brady, interessou
bem menos com sua história que a esposa
do ex-presidente dos EUA!!!
Em tempo, até o final de março de 2019
a editora informou que no mundo todo
foram vendidos cerca de 11,5 milhões de
exemplares de
Minha História
.
Incrível, não é?