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gramação de Carnaval de 2019, inclusive
shows
com cantores renomados como
Luan Santana, Latino, Ara Ketu etc., se es-
tendeu pela madrugada, de modo que, se
alguém quiser vir para cá nessa época para
descansar, especialmente na praia, deve
desistir dessa ideia...”.
Claro que essa multidão toda que foi a
Laguna injetou muito dinheiro na econo-
mia da cidade, inclusive alcançando um
pouco os municípios vizinhos, nos quais
se hospedaram milhares de foliões que se
divertiram em Laguna. Mas não foi só em
Laguna que houve uma presença explosiva
de foliões no Carnaval de rua. Isso aconte-
ceu também nas nossas grandes cidades
encantadoras, como São Paulo, Rio de Ja-
neiro, Salvador, Recife, Belo Horizonte etc.
Aliás, o Carnaval de rua de São Paulo –
cidade que já foi chamada de “túmulo do
samba” – finalmente superou o do Rio de
Janeiro, transformou-se num dos negócios
mais lucrativos do ano. Tanto que a capi-
tal paulista agora rivaliza diretamente com
Rio de Janeiro e Salvador no que se refere
à presença de estrelas da música, obtenção
de patrocínios e atração de foliões. Em tra-
jetória crescente na última década, a folia
de rua paulistana agora atrai a atenção de
muitas marcas, tendo garantido esse novo
status
entre os profissionais do ramo.
A prefeitura de São Paulo cadastrou em
2019, 556 desfiles de blocos, deixando a
festa do Rio de Janeiro para trás, com 498
cortejos registrados oficialmente (com os
cariocas reclamando que isso está ocor-
rendo devido às novas exigências impostas
aos organizadores dos blocos pelo prefeito
Marcelo Crivella, como maqueiros, ambu-
lâncias, atendimento médico, notas fiscais
para os extintores etc.).
O fato é que tal ultrapassagem parecia
improvável até 2018, quando os cariocas
tiveram 608 desfiles, um número bem su-
perior aos 491 registrados naquele ano
pela capital paulista. Mas a dificuldade
em obter financiamento foi sem dúvida o
que mais prejudicou muitos dos cortejos
cariocas. É verdade que Salvador e Recife
ainda reinaram com 615 desfiles na capital
baiana e 580 na pernambucana (na qual se
tem o “
maior bloco do mundo
”, o Galo da
Madrugada).
A Confederação Nacional do Comércio
de Bens, Serviços e Turismo, estimou que o
faturamento de São Paulo com o Carnaval
de 2019 chegue a R$ 1,9 bilhão, porém o
do Rio de Janeiro deverá alcançar a marca
de R$ 2,1 bilhão (essa diferença se deve
principalmente à presença de muitas deze-
nas de milhares de turistas estrangeiros na
“cidade maravilhosa”).
Já a Associação Brasileira da Indústria
de Hotéis, seção de São Paulo, informou
que em 2019 a taxa de ocupação dos ho-
téis foi cinco vezes maior que a de
dez anos
atrás
!!! Nos hotéis mais econômicos loca-
lizados na rota dos blocos de rua, a ocupa-
ção chegou a 85%. O Airbnb também di-
vulgou que a procura por hospedagem em
São Paulo cresceu 87% em relação a 2018,
ficando atrás apenas do Rio de Janeiro e
Florianópolis.
As estimativas para público no Carnaval
em São Paulo foram de 12 milhões de pes-
soas, incluindo-se aí muita gente que veio
de importantes cidades próximas da capital
paulista, como Sorocaba, Jundiaí, Campinas,
Santos, bem como aquelas que fazem parte
da Grande São Paulo, de onde os moradores
vieram apenas para brincar nos blocos, sem
a necessidade de hospedagem.
Muitos negócios prosperaram bastante
nas semanas que antecederam o Carnaval,
assim como durante e após o evento, pois
os desfiles dos blocos e das escolas de sam-
ba continuaram. Um desses setores engloba
as grandes redes de varejo de moda, como
Renner, Riachuelo, Hering e Marisa, que
criaram coleções específicas para o evento.
A linha da Renner, por exemplo, desta-
cou-se pelas camisas estampadas de arco-
-íris e camisetas de super-heróis ou com
frases como “
Fica com Deus, pois comigo
não vai rolar”
ou ainda um boné com a ins-
crição
“O que acontece no bloquinho, fica
no bloquinho
”. Já a linha da Riachuelo do-
brou a produção de peças de sua coleção
de Carnaval, como saias de sereia, meia-
-calça de melancia, óculos com máscaras
etc. Praticamente tudo que essas redes
ofertaram acabou sendo comprado!!!
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