A
ntes de começar a ler, acalme-se, pois
a batata
não está em extinção!!!
A ideia é apenas para estimular a sua
imaginação e dar-lhe conhecimento para se
encontrar uma
substituição
deste tubér-
culo que está presente em vários pratos,
por outros vegetais tão versáteis como ele.
Enfatizando mais uma vez, o mundo
sem batata seria um lugar com menos graça
gastronômica sem aquelas fritas crocantes e
sem a cremosidade de um purê.
A intenção aqui é de apresentar alguns dos parentes mais pró-
ximos desse famoso tubérculo – a batata –, com os quais também
pode-se elaborar pratos muito apreciados.
Mais consumidas no interior do Brasil, mas cultuadas por vá-
rios
chefs
, esses ingredientes talvez tenham sumido (ou rareado)
da mesa nas residências das grandes cidades por falta de hábito
ou talvez informação.
Para aprender a lidar com eles, é preciso conhecer as suas
características. Aí vão algumas delas...
O cará e o inhame, por exemplo, devem ser trabalhados deli-
cadamente, devido ao alto teor de amido. É possível fazer purê de
inhame, mas o processo tem de ser manual.
Com a mandioca (ou aipim) consegue-se fazer um leve purê.
Ela pode ser cozida e é muito apreciada frita. A mandioca de boa
qualidade é aquela que tem uma casca estaladiça e estiver in-
teira. Sendo que as melhores são aquelas de interior arroxeado.
A mandioquinha (ou batata baroa) permitiu ao
chef
Laurent
Suaudeau criar sua famosa
musseline
em 1981 (faz muito tempo,
viu?). Recomendou Laurent Suaudeau: “A mandioquinha pode ter
muitos dos usos que a batata, sendo que o seu purê é até mais
saboroso que o de batata. Mas não vale a pena querer fritá-la...”
A
yacon
e a
konyaku
são mais usuais na culinária japonesa. A
konyaku
é uma “batata” que mais parece uma trufa branca, deve
ser ralada e dissolvida em um produto químico, por isso é mais
garantido comprá-la pronta. A
yacon
apresenta a mesma textura
da bardana, e os japoneses costumam comê-la crua. As suas ca-
racterísticas se assemelham às da batata-doce, mas a
yacon
é
menos adocicada.
A batata-doce de casca branca combina tanto em pratos doces
como nos salgados. Aliás, o doce dela fica bem semelhante àque-
le feito com castanha portuguesa. A batata-doce de casca roxa é
semelhante à batata-doce de casca branca, podendo ser feita co-
zida, assada ou frita. Os cozinheiros mais sofisticados costumam
apresentá-la com casca.
Tem-se ainda a batata-doce roxa, que é mais doce e menos con-
sistente que a batata-doce comum, não sendo indicada para fritura.
Como é, está mais informado agora sobre o que fazer para
variar um pouco e no lugar da tradicional batata (que possui cente-
nas de variedades) optar por um dos tubérculos acima citados?
•
O QUE ACONTECERIA SE A
BATATADESAPARECESSE?
»
Brasileira de nascença, vamos reconhe-
cer, a banana
não é
. Suas raízes estão na
Índia, donde se esparramou via comercian-
tes árabes. O seu nome popular é um gran-
de mistério. Uns dizem que a palavra vem
de um dialeto africano do Quênia; outros,
que deriva de
banan
, que quer dizer dedo
em árabe!?!?
A verdade é que a banana encontrou o
seu pleno destino no Brasil. Hoje se sabe
que são, pelo menos, 30 espécies de bana-
na que existem pelo País afora, com uma
produção anual que chega a 7 milhões de to-
neladas por ano (poderia ser mais, não é?).
O Brasil tem uma escritora-guerreira de-
votada ao estudo e divulgação da banana. É
a Heloisa de Freitas, que está liderando no
Brasil o que se pode chamar de a Grande
Revolução da Banana Verde.
Um dia, por acaso e necessidade, Heloi-
sa de Freitas descobriu que, verde, a bana-
na “esconde” mais maravilhas ainda do que
quando madura. Pesquisas vieram a com-
provar que a chamada biomassa de banana
verde contém 29% de um certo amido resis-
tente, uma preciosidade de acordo com os
nutricionistas.
No seu livro
Yes, Nós Temos Bananas
, He-
loisa de Freitas diz que essa biomassa, ba-
rata e fácil de fazer, pode incrementar todos
os alimentos, tais como sorvetes, carnes,
iogurtes, da mamadeira a alta gastronomia.
Com essa informação, ela vai difundindo o
seu projeto Pró-Banana Verde, um programa
importantíssimo para acabar com a desnu-
trição e a fome no nosso País.
Por enquanto, o que o leitor da
Cri
á
tica
deveria aceitar é que para ficar mais inte-
ligente é preciso estar saudável, e nesse
caso deve comer muitas bananas.
Os talentosos devem ser saudáveis para
poder mostrar o seu pleno potencial e, por
isso, a sua dieta deve incluir banana!!!
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Suas raízes estão
na
Índia
, donde se
esparramou via
comerciantes árabes.
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S E T E M B R O / O U T U B R O 2 0 1 5