SOFTWARE
E
ncontrar o amor da sua vida parece que
está ficando mais fácil (!?!?) graças aos
sites
de
relacionamentos
, incluindo um
número crescente de aplicativos de paquera
para ajudar nesse sentido.
Na realidade, a busca por um parceiro
não difere muito da procura por um emprego.
Isso porque as vagas de emprego, bem como
os candidatos a parceiro, têm seus pontos
fortes e fracos. Acertar nessa escolha obriga
uma pessoa a participar (e sair-se bem...) do
difícil exercício de pesar prós e contras. E o
“pareamento”
(
matching
em inglês) eficaz só
ocorre caso ambas as partes acharem que a
coisa
“dá liga”
. Os bons emparelhamentos,
de fato, dependem de boas informações.
Entretanto, não é nada fácil conseguir
a
informação crítica
: saber se há, ou não,
interesse mútuo
. Convidar alguém para sair
exige um pouco de coragem ou ousadia. No
mundo
não digital
, abordar um parceiro em
potencial pode resultar em situações cons-
trangedoras ou humilhantes. Já a paquera di-
gital diminui significativamente esse risco ou
inconveniente. Isso porque os aplicativos de
pareamento como Tinder e Happn, por exem-
plo, só revelam que um usuário acha o outro
simpático quando o sentimento é
recíproco
.
Quanto mais pessoas recorrem à paque-
ra digital, maior se torna a sua probabilida-
de de encontrar um bom par, pois cresce a
possibilidade de que, no meio da multidão,
exista alguém que goste de musicais como
o
Fantasma da Ópera
, aprecie gastronomia
peruana, adore o cantor canadense Michael
Bublé e queira entender até sobre a lógica
econômica dos mercados de emparelhamen-
to (
matching markets
).
Diversos
sites
de relacionamentos, com o
objetivo de gerar pareamentos perfeitos, so-
licitam aos usuários um grande número de
informações. Na realidade, no início, quan-
do foi lançado, o Tinder tinha como objetivo
principal facilitar o
sexo sem compromisso
!!!
Na avaliação que os usuários faziam uns dos
outros, os critérios se resumiam a aparên-
cia, idade e gênero, evitando muitas informa-
ções.
Simplicidade
era a alma do negócio,
mas deve-se ressaltar que no início de março
de 2016, o aplicativo Tinder gerava, diaria-
mente, uma média de
27 milhões de parea-
mentos entre seus usuários
.
Com o aumento cada vez maior do núme-
ro de participantes, isso tem tornado mais
difícil para o Tinder identificar um bom em-
parelhamento, de forma que ele passou a
exibir perfis de participantes que estejam
em locais próximos, para facilitar eventuais
encontros. Aliás, o aplicativo também criou
o botão
“supergostar”
, que só pode ser utili-
zado uma vez por dia, quando a pessoa quer
sinalizar que ficou particularmente interessa-
da por alguém. A partir de 2015, os usuários
do Tinder tiveram a possibilidade de informar
seu emprego e grau de escolaridade, com o
que se assegurou uma maior seletividade na
hora de fazer uma escolha. Dessa forma, o
Tinder, além de ter a vantagem de possuir
um grande reservatório de parceiros em po-
tencial, oferece diversas ferramentas para
fazê-los passar pela peneira...
Porém, com tudo isso, o amor continua
sendo misterioso demais para que mesmo
os algoritmos mais sofisticados sejam capa-
zes de prever com plena confiança quando a
atração é mútua ou não. No entanto, é me-
lhor
“supergostar”
de alguém e correr o risco
de que a coisa não vai dar certo do que nun-
ca ter
“supergostado”
de ninguém, não é?
TINDER
FACILITA CADA VEZ
MAIS O “PAREAMENTO”!!!
EZIUTKA / SHUTTERSTOCK.COM
Você já recorreu ao
serviço do Tinder?
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C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A