É POSSÍVEL CHEGAR AO SUCESSO
USANDO O
PENSAMENTO PIRATA?
SETOR EDITORIAL
A
lexa Clay e Kyra Maya Philips escreveram
o livro
The Misfit Economy
(algo como
A
Economia Desajustada
), no qual o que
se pode aprender com os piratas, terroristas,
gângsteres e
hackers
sobre a
criatividade
e
inovação
e dessa forma ter sucesso em algum
dos setores da
economia criativa (EC)
.
No livro apresentam-se 30 histórias de
criminosos que foram bem-sucedidos (ape-
sar de que muitos tenham sido presos!?!?)
em suas atividades. Por sinal, o termo
mis-
fit
significa alguém que não se adapta, ou
melhor, é a palavra para definir os
desa-
justados
. Realmente, os desajustados são
pessoas pouco convencionais e a maneira
como pensam é bem
ousada
. Salientaram
as autoras: “Podemos aprender com os de-
sajustados sobre engenhosidade, determi-
nação e a ânsia humana para criar, construir
e explorar uma oportunidade.
Existem ao menos cinco maneiras para
que os ‘normais’ passem a pensar um pou-
co mais como criminosos e com isso pos-
sam aumentar a sua criatividade!!!
↘↘
1ª Forma – O ataque.
É vital que toda pessoa encontre uma ideia,
um propósito que a impulsione para levá-la
adiante. E quando se vai a luta, geralmente
não existe nenhum plano mestre imutável. É
preciso aprender a fazer muito com pouco,
improvisando e sentindo o que a vida lança
no seu caminho.
↘↘
2ª Forma – A cópia.
Copiar pode ser um bom início para um negó-
cio, desde que seja uma estratégia temporá-
ria. O ideal é usar alguma ideia incrível como
inovação para a criação de algo novo, de boa
qualidade. Mas, hoje, na China, empreende-
dores ‘roubam’ as boas ideias, ou seja, a
propriedade intelectual
de grandes empresas,
para criar imitações locais de produtos e mar-
cas. A prática é tão comum que tem até uma
expressão:
shanzhai
. Aliás, quem faz isso não
se considera um ladrão, mas uma espécie de
Robin Hood que se apropria e adapta produ-
tos ao gosto e ao bolso dos consumidores.
O produto
shanzhai
mais comum na Chi-
na é o celular – que custa um quinto do pre-
ço de um original –, mas a produção já está
se expandindo para outros setores e dá
para encontrar até carros piratas.
É o que faz a BYD, fundada em 1995,
com apenas 20 funcionários, cujo negócio
era vender automóveis
copiados
da To-
yota. Hoje, ela já é uma das maiores fa-
bricantes de carros da China e emprega
mais de 10.000 funcionários.
↘↘
3ª Forma – A provocação.
Ninguém deve ter medo de desafios, ou seja, precisa comportar-se
como um provocador. Um provocador é aquele que tem a coragem
de mostrar que os padrões consagrados estão obsoletos, chacoa-
lhando com isso as estruturas na organização em que trabalha.
Os provocadores são os indivíduos que abrem os olhos dos ou-
tros para novas possibilidades de pensamento. Por exemplo, uma
ideia provocadora é:
deve-se ir para a escola para aprender!?!?
O objetivo aqui é o de abrir um negócio ou sistema que possibi-
lite educar os jovens sem precisar ir a uma escola. E hoje já temos
o aprendizado
on-line
, não é?
↘↘
4ª Forma – O hackeamento.
Sem dúvida, acessar informações e saber como as coisas funcio-
nam é um método ou talvez o próprio segredo para se poder criar
coisas novas!?!? É isso o que os
hackers
fazem ao desconstruir e
remontar sistemas.
A motivação de muitos
hackers
geralmente é uma combinação do
sentimento que eles podem resolver qualquer quebra-cabeça ou então
desvendar uma charada (romper um bloqueio a uma informação privi-
legiada). Muitas empresas entenderam o conceito e se apropriaram
dele, promovendo
hackathons
, verdadeiras maratonas de inovação!!!
De fato, esses
hackers
têm criado soluções que se tornaram
pioneiras e permitiram mudanças nas organizações, como, por
exemplo, na introdução de alguns princípios informais, tais como a
cultura da autonomia e a da hierarquia horizontal.
Já que
hacker
, às vezes, é sinônimo de pirata, convém recordar
que Barba Negra, no século XVI, notou que havia na navegação
mercante da Inglaterra uma hierarquia rígida e uma remuneração
baixa que irritavam os marujos. Aí ele criou uma nova forma de
modalidade de trabalho, ou seja, a pirataria, atacando os navios
de outros países, valendo-se da colaboração, lealdade e satisfação
dos marujos com os seus elevados salários. Com esse esquema,
em três nos de carreira, ele capturou cerca de 400 navios!!!
↘↘
5ª Forma
– O giro
Para estimular uma mudança significativa na sua vida, toda pessoa
deve realizar mudanças radicais na sua rotina, como, por exemplo, fa-
zer coisas que não fazia antes, pois isso geralmente cria um senso de
propósito maior. Um exemplo típico é dedicar uma parte de seu tempo
para desenvolver algum trabalho filantrópico ou voluntário. Esse giro lhe
possibilitará encarar a vida e o mundo todo de uma forma diferente.
O livro que desenvolve o
pensamento pirata!!!
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C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A